postado em 11/01/2010 08:35
Depois de surpreender, deixar os favoritos Gama e Ceilândia para trás e terminar a competição do ano passado como vice-campeão, o Brasília deve encontrar dificuldades no Candangão 2010. Mesmo com a apresentação realizada em 4 de dezembro, apenas 12 jogadores estavam à disposição do técnico Humberto Ramos, maior aposta do clube.;É complicado, porque a gente está começando tarde demais. Vamos sofrer no início da competição. Até o time entrosar, estaremos na parte de trás da tabela;, reclama Ramos. ;Até agora, por exemplo, não chegou o zagueiro uruguaio Mieles. Estamos esperando. Assim fica difícil, mas vejo o esforço da diretoria, que pena por conta de não ter recebido o dinheiro esperado;, lamenta o treinador, referindo-se ao patrocínio que ainda não foi confirmado.
O comandante chega como maior estrela colorada para a temporada. Técnico do Atlético-MG vice-campeão brasileiro de 1999, Humberto Ramos traz sua experiência para tentar minimizar os efeitos causados pela curta pré-temporada. ;Temos alguns problemas financeiros. Não conheço a maioria dos jogadores. Só começamos a trabalhar com bola na sexta-feira passada. Mas tenho algumas coisas para passar ao meu grupo;, sorri, com um ar de mistério.
Humberto Ramos diz que, para ser treinador, é fundamental ter sido jogador de futebol. ;A linguagem do boleiro é diferente. Sei tudo o que passa na cabeça dos atletas;, gaba-se. ;Além de atleta, fui coordenador e até mesmo comentarista. Futebol tem que ser tratado com lealdade e simplicidade. Mas é necessário ter competência. Caso contrário, é melhor procurar outra profissão;, dispara, com uma pitada de humor.
Com mais ironia, o técnico comenta como fará para superar as dificuldades. ;Na realidade, é o seguinte. Esta história de que o grupo deve estar unido para se dar bem é pura hipocrisia. Tem que estar é todo mundo focado no mesmo objetivo. O atacante não pode pensar somente em ser o artilheiro. Em primeiro lugar, tem que pensar em ser campeão;, resume.
O número
12 - Número de jogadores que se apresentaram no primeiro dia de trabalho colorado
O que ele disse
;Temos alguns problemas financeiros. Não conheço a maioria dos jogadores. Só começamos a trabalhar com bola na sexta-feira passada;
;Futebol tem que ser tratado com lealdade e simplicidade. Mas é necessário ter competência. Caso contrário, é melhor procurar outra profissão;
;Esta história de que o grupo deve estar unido para se dar bem é pura hipocrisia. Tem que estar é todo mundo focado no mesmo objetivo. O atacante não pode pensar somente em ser o artilheiro;
Humberto Ramos, técnico do Brasília
Bruno é o homem de confiança
Naquele time vice-campeão brasileiro, a lateral direita era ocupada por Bruno. Aos 21 anos, o jogador recebeu o prêmio Bola de Prata como destaque na posição. Atualmente jogando como volante, o atleta foi contratado pelo Brasília e também não esquece das suas glórias: ;Nós fizemos um excelente trabalho pelo Atlético-MG. Mas já faz 11 anos. Ganhei em experiência, mas perdi na parte física. Não tem jeito. Estou pregado com esse trabalho. Naquela época, corria o dobro e não me cansava;, admite o jogador, de 32 anos.
Bruno vai jogar pelo terceiro time no Distrito Federal. Antes, o experiente jogador defendeu Ceilândia e Brasiliense. ;Tive uma excelente passagem pelo Ceilândia. E em termos de estrutura é bem parecido com o Brasília. Lá nós temos moradia e boa alimentação e aqui também;, compara.
Jacaré em vantagem
No entanto, Bruno tem a consciência de que o Brasiliense está anos luz à frente dos rivais. ;Na realidade, aqui são sete contra um. Ninguém aguenta mais ver o Brasiliense dando a volta olímpica no fim do Candangão. Mas eles estão bem à frente da concorrência. Mas é aquele negócio. Quem não acreditar na superação, é melhor ficar em casa;, dispara.
Em sua passagem pelo hexacampeão candango, Bruno teve poucas oportunidades, mas não reclama. ;O Patrick estava bem demais. E, ao contrário do planejado, ele não foi vendido. Ainda tinha o Rafael Toledo, que, sempre quando entrava, fazia boas apresentações. Recebi sempre em dia. O bicho é impressionante. Três mil reais por vitória, mesmo quem atuava só durante 30 segundos. É incomparável.;
BOTAFOGO-DF E BRASÍLIA ENTRAM EM ACORDO
Como Brasília e Botafogo-DF vão mandar seus jogos no Cave, as duas diretorias se reuniram para não haver choque de horários em suas partidas. ;Ainda bem que nos damos bem com a diretoria do Brasília. Não vai haver problema algum;, avisa o presidente do alvinegro, filial do time da Estrela Solitária, Walter Theodoro.
"Ninguém aguenta mais ver o Brasiliense dando a volta olímpica no fim do Candangão"
Bruno, volante do Brasília
Brasília
Nome: Brasília Futebol Clube Ltda
Cidade: Brasília
Fundação: 2 de junho de 1975
Endereço: Clube do Rocha, Setor de Clubes Esportivos Sul, trecho 2, conjunto 1, lote 10
Telefone: 3245-7478
Na internet: www.brasiliafc.com.br (em construção)
Presidente: Roberto Marques
Gerente de futebol: Jerônimo Barbosa
Melhor colocação: oito vezes campeão (1976, 1977, 1978, 1980, 1982, 1983, 1984, 1987)
Patrocínios: BRB, Potência Grill
Folha salarial: R$ 100 mil (estimativa)
Uniforme: Lupo
Cores: Vermelha e branca
Mascote: Avião
Time-base: Roger Kath; Jamur, Piu, Luiz Henrique e Kaká (Ceará); Bruno, Magrão, Rodrigo Ost e Gilliard; Abimael e Vágner do Canto
Técnico: Humberto Ramos
Mando de campo: Cave, no Guará (6 mil lugares)
Estreia: Ceilandense, em 17 de janeiro
Recordar é viver
Durante a entrevista ao Correio, Humberto Ramos tentou, mas não se conteve. Vez ou outra, ele sempre se lembrava do trabalho realizado no Atlético-MG, em 1999. O treinador recorda que assumiu o comando com o Galo em 10; lugar no Brasileiro ; na época, os oito primeiros classificavam-se para a segunda fase. ;Contamos com uma combinação de resultados para nos classificarmos em sétimo lugar;, explica o comandante colorado.
Com uma ponta de indignação, Ramos conta como foi toda a saga do AtléticoMG na competição. Ele não se esquece o árbitro Márcio Rezende de Freitas(1). ;Aquilo foi uma maravilha. Eliminamos o Cruzeiro, que ficou em segundo lugar na primeira fase. Depois, pegamos moral e fomos à final. Empatamos no último jogo com o Corinthians, mas eles tinham a vantagem por terem feito uma melhor campanha. Só que o Márcio meteu a mãe. Aquele filho da mãe;, dispara.
O atual treinador do Brasília lembra que seu time conseguiu até mesmo calar a torcida do Corinthians. ;Dizem que a massa do Corinthians, assim como a do Flamengo, não fica em silêncio. Principalmente em decisões. Mas ela ficou caladinha. Com medo de perder o título;, cutuca Humberto Ramos.
1 - Mão na bola
Dirigentes e membros da comissão técnica do Atlético-MG não esquecem do pênalti não marcado no segundo jogo da final. Até hoje lembram quando Índio meteu a mão na bola dentro da área, após um cruzamento feito pelo meia Robert.