postado em 14/01/2010 08:51
Sem dinheiro, mas com os pés no chão. Assim pode ser definido o Gama na atual temporada. Dessa forma, o alviverde montou um time sem medalhões, como tem o Ceilândia, o Brasiliense e o Botafogo-DF. No entanto, a força está no entrosamento da equipe. ;A maioria dos jogadores é da cidade. Ao contrário das temporadas anteriores, estamos deixando uma base no Gama. Não vai haver mais aquela história de três, quatro times por temporada;, explica o diretor de futebol, Flávio Raupp.No mesmo caminho do dirigente, o técnico Gerson Vieira aposta na vontade dos jogadores rodados no Distrito Federal para ser a surpresa. ;Ter medalhão não significa que o time é bom. Nós temos um grupo, uma equipe, enquanto muitos aí começaram a treinar tarde, nós temos uma base desde o início de 2009;, exalta o comandante, ex-zagueiro do alviverde.
O jogador mais experiente do time e com maior identidade com o clube é o goleiro Alencar. Entre idas e vindas, o camisa 1 está no Gama desde 2004. No entanto, só disputou o Candangão de 2006. ;Sei que a cobrança maior será em cima de mim. Já conheço como funcionam as coisas por aqui. Vou tentar passar toda a minha experiência para a garotada. Tenho mostrado para eles que, independentemente da situação financeira do clube, essa pode ser a chance da vida deles;, diz Alencar.
O arqueiro se lembra bem de seu único Candangão. O Gama empatou por 0 x 0 com o Brasiliense no Mané Garrincha e deixou a taça com os rivais. ;Nosso objetivo era chegar na Copa do Brasil e conseguimos a vaga. Jogamos de igual para igual contra o time deles. Nesse ano, como disse o Iranildo, são todos os sete contra o Brasiliense. Vamos, caladinhos, chegar lá;, espera Alencar.
Atletas pedem apoio da torcida
Transformar o Bezerrão em um caldeirão. Esse é o objetivo do Gama neste Candangão. ;Para conseguirmos fazer um elo, um pacto de confiança com a torcida, vamos jogar com muita raça. Isso eu prometo;, prega o técnico Gerson Vieira. ;Exijo que os atletas sejam da mesma maneira que eu era. Tem que atuar com seriedade e garra;, completa.
O goleiro Alencar segue a mesma linha. No entanto, o camisa 1 faz uma ressalva: ;A gente sabe que o Gama não vem bem nos últimos anos, mas eu quero pedir que a torcida tenha paciência. Se ela nos incentivar, tudo ficará mais fácil. Até mesmo as chances de tirarmos a hegemonia do Brasiliense vão aumentar;, avisa o arqueiro.
Exemplo
Enquanto o Botafogo-DF fazia um grande oba-oba momentos antes da partida que decidiu o título da Série B local, em outubro do ano passado, o Ceilandense ficou quietinho. E, no fim, mesmo com a desvantagem de o alvinegro poder jogar pelo empate, o time de Ceilândia foi o campeão, com um gol do baixinho Iron, aos 47 minutos do segundo tempo.
;A gente segue na humildade. O Gerson nunca deixa nada subir à cabeça. Vamos mostrar raça e trabalhar demais. Os favoritos são Brasiliense e Botafogo-DF, mas aqui tem um grupo de guerreiros que merece ser respeitado;, avisa Iron.
Nem mesmo a péssima situação financeira do Gama deixa os jogadores abalados: ;Temos um elenco forte. Nos conhecemos bem, e vamos chegar lá. Temos confiança nisso, senão eu nem entraria em campo;, completa o volante.
A nova casa de Kaká?
Depois de se envolver em um imbróglio com Ceilandense e Brasília, o lateral-esquerdo Kaká não deve ficar em nenhum dos dois clubes. Ontem, o ex-jogador do Brasiliense esteve presente no Bezerrão e confirmou que jogará o Candangão pelo Gama.
;Para mim, terminou sendo bom. Agora, é pensar somente no Gama e fazer de tudo para sermos campeões e acabar com esta hegemonia do Brasiliense;, dispara Kaká, que só deve estrear na terceira rodada, pois só vinha aprimorando a forma física no Ceilandense.
Depois de tentar escapar, Kaká explicou o motivo de não ter permanecido no Ceilandense. ;Não fiquei lá por causa do Félix (gerente de futebol). Ele falou um bando de m;Não tem mais clima nenhum;, reclamou. Carlos Félix disse não ter problema com o jogador e preferiu não responder às acusações do jogador.
O diretor de futebol do Gama, Flávio Raupp, diz estar tudo resolvido. ;Conversamos com a diretoria do Ceilandense e eles vão liberar o Kaká. Estou indo daqui a pouco com o jogador para pegar a rescisão. O Marcos (Cruz, presidente) está de acordo e assinou a liberação;, avisa Raupp, sem querer informar se o Gama pagou alguma multa para ficar com o atleta.
Impasse
Quem não acreditou nessa transferência foi o presidente do Brasília, Roberto Marques. ;Ainda confio que ele vem para cá. Mas se não der certo fazer o quê? Esta história do Gama entrar no meio é boato;, desconversa o dirigente.
Confusão das grandes
Kaká acertou contrato com o Ceilandense. No dia seguinte, o jogador assinou com o Brasília. Mas o time de Ceilândia deu entrada na documentação na Federação Brasiliense de Futebol, impedindo o atleta de atuar por outro time.
Gama
Nome: Sociedade Esportiva do Gama
Cidade: Gama
Fundação: 15 de novembro de 1975
Endereço: Área Especial 1 ; Estádio Bezerrão ; Ala Oeste ; Sala 49 ; Gama-DF
Telefone: não tem
Internet: www.gamagol.com.br
Presidente: Paulo Goyaz
Vice-presidente: Carlos Macedo
Gerente de futebol: Mauro Ramos
Diretor de futebol: Flávio Raupp
Melhor colocação: 10 vezes campeão (1979, 1990, 1994, 1995, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001 e 2003)
Patrocínios: BRB e em negociação com a Antares
Folha salarial: R$ 130 mil (estimativa)
Uniforme: Super Bolla
Cores: Verde e branca
Mascote: Periquito
Time-base: Alencar; Dudu, Pedrão, Thiago Eciene e Djalminha; Betson, Iron, Furrugem e Kabrine; Thiago Silva e Edicarlos
Técnico: Gerson Vieira
Mando de campo: Bezerrão, com 20 mil lugares
Estreia: Sábado, contra o Ceilândia, no Cave