postado em 16/01/2010 12:17
O técnico espanhol Moncho Monsalve amargou uma despedida melancólica da Seleção Brasileira Masculina de Basquete. Ainda em recuperação de cirurgia na coluna, sofrida em outubro, o treinador de 64 anos decidiu confirmar, por conta própria, a saída do comando a apenas sete meses do Mundial da Turquia, em agosto. Depois de garantir a vaga na competição com o título na Copa América do ano passado, em Porto Rico, Moncho demonstrou mágoa pela completa falta de interesse da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) na renovação de contrato. O mais cotado para a vaga é o argentino Rubén Magnano, campeão olímpico em 2004.
No comando da Seleção Brasileira desde janeiro de 2008, ainda na gestão anterior da CBB, Moncho esperava ter sido mais bem tratado depois de romper contrato com a Federação Espanhola para treinar a equipe brasileira. "Fui ao Brasil em silêncio, contratado por Gerasime Grego Bozikis (ex-presidente da CBB), e saio em silêncio, com o presidente Carlos Nunes", reclama o treinador espanhol.
Moncho ainda revelou ter sido usado apenas como guia turístico na recente turnê de dois cartolas da CBB pela Espanha, em viagem para negociar com técnicos estrangeiros para as duas seleções. "André Alves (diretor técnico) e Hortência (diretora da seleção feminina) estiveram na Espanha, em Madri, e sequer me telefonaram para perguntar como eu estava passando. Só tive contatos com André por e-mail. Ele perguntou como chegar a Zaragoza, e informei que o melhor era pegar um trem em Madri. Nada mais", revela o espanhol, em recuperação de cirurgia.
Análise da notícia
Cesta de incompetência
A troca do comando na Confederação Brasileira de Basquete (CBB), com o fim do longo reinado de Gerasime Bozikis, o Grego, em 2009, ainda não acabou com a crônica falta de planejamento na entidade. Ex-aliado do antigo chefão, o gaúcho Carlos Nunes assumiu o cargo com a promessa de renovação, mas consegue a proeza de manter as duas seleções brasileiras sem técnico em pleno ano de Mundial.
Em ambas as equipes, Carlos Nunes decidiu manter nomes herdados da gestão Grego, mas mostra insegurança em trocá-los. No masculino, o treinador espanhol Moncho Monsalve, de 64 anos, ainda se recupera de cirurgia na coluna, o que já preocupa para um time com compromissos difíceis pela frente. Mesmo assim, por uma questão de gratidão, ele deveria ter tido a gentileza de pelo menos ser comunicado oficialmente da falta de interesse da entidade na sua renovação.
No feminino, a situação consegue ser mais grave. Ainda sem saber se permanece no comando, Paulo Bassul enfrenta o vexame de ter o nome vetado publicamente pela temperamental craque Isiane, com quem se desentendeu no Pré-Olímpico de 2008. Atualmente diretora de seleção, a ex-jogadora Hortência mantém o mistério sobre a renovação de contrato do treinador enquanto negocia com candidatos ao cargo.