postado em 18/01/2010 12:34
Enquanto o tênis masculino comemora sua melhor temporada desde 2004 impulsionado por Thomaz Bellucci, as mulheres seguem no ostracismo. Em 2010, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jorge Lacerda Rosa, promete apoiar quatro jogadoras financeiramente e multiplicar o número de futures em território nacional.
Os detalhes do programa de patrocínio para o tênis feminino ainda não foram definidos, mas o projeto é semelhante ao implantado entre os homens. Desta forma, ainda em 2010 as quatro jogadoras mais bem colocadas no ranking mundial ganharão uma cota de R$ 8 mil por semestre para gastar em viagens.
Atualmente, as melhores brasileiras na lista da WTA são: Maria Fernanda Alves (265ª), Ana Clara Duarte (312ª), Roxane Vaisemberg (368ª) e Nathalia Rossi (402ª) - o grupo defenderá o Brasil na Fed Cup diante do Paraguai. No entanto, a CBT ainda não definiu o ranking que será utilizado para determinar as apoiadas.
A verba será proporcionada pelos Correios, patrocinador oficial da CBT. Entre os homens, o programa é renovado semestralmente, medida que também deve ser adotada no feminino. Desta forma, novas jogadoras podem ganhar o apoio e as já contempladas têm a chance de receber mais de acordo com a performance dentro do período.
"Vamos seguir o mesmo raciocínio do masculino, com o mesmo regulamento", explicou Jorge Lacerda Rosa. Assim, as tenistas apoiadas devem ser obrigadas a atuar com o logotipo dos Correios no uniforme em todos os torneios, desde que não tenham um patrocinador próprio.
Superado apenas por Espanha (69), Estados Unidos (68), Itália (65) e França (45) no número de futures realizados em 2009, o Brasil promoveu um total de 40 torneios deste nível, apenas oito femininos. Em 2010, Jorge Lacerda Rosa promete multiplicar o número de campeonatos do gênero em território nacional.
"Queremos oferecer condições para elas atuarem no Brasil e aumentar o número de jogadoras no ranking. Com essas quatro tenistas, poderemos começar a dar um apoio técnico a elas e aos seus treinadores", afirmou o dirigente, mais uma vez usando o masculino como exemplo.
Lacerda promete realizar, no mínimo, 20 futures para mulheres no Brasil em 2010. Membro da Cosat (Confederação Sul-Americana de Tênis), ele adiantou que a entidade organizará no segundo semestre deste ano um circuito de 10 etapas com chaves masculinas e femininas, uma delas em território nacional.
"As meninas terão, pelo menos, 30 eventos na América do Sul para jogar. Com os que já existem, você consegue fazer um calendário com mais de 50 torneios no continente, mais da metade aqui. Vai dar uma melhorada nessa movimentação de ranking e técnica do feminino", prevê Lacerda.
Campeã de 19 Grand Slams entre 1958 e 1968, Maria Esther Bueno nunca teve uma sucessora. Andréa "Dadá" Vieira foi a última brasileira a disputar a chave principal de um Grand Slam no Aberto dos Estados Unidos-1993 e é a representante mais recente no top 100 (figurou no grupo até abril de 1990).