postado em 20/01/2010 11:28
Líder do ranking mundial durante 43 semanas e tricampeão de Roland Garros, Gustavo Kuerten já manifestou o desejo de trabalhar como capitão da equipe nacional na Copa Davis futuramente. O presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jorge Lacerda Rosa, aprova a ideia.
"Essa é a tendência para um jogador do nível do Guga. Acho que ele tem todas as condições para assumir no futuro, como o (Fernando) Meligeni já fez. Tomara que o Guga tenha interesse de estar dentro de uma Copa Davis, porque seria muito importante para o tênis brasileiro", disse Lacerda.
Apesar de falar abertamente sobre o desejo de retornar à equipe nacional, Guga não estipulou uma data. Francisco Costa foi o comandante durante as últimas três temporadas, mas deve ser substituído a partir de 2010 por João Zwetsch, responsável por treinar o time brasileiro nas séries mais recentes.
Derrotado por Equador, Croácia, Áustria e Suécia, o Brasil caiu nos playoffs do Grupo Mundial nos últimos quatro anos. A equipe figurou na elite pela última vez em 2003, com o próprio Guga dentro da quadra. Com um total de 34 vitórias e 18 derrotas, ele participou da semifinal contra a Austrália em 2000, melhor campanha da história ao lado da de 1992.
"O Guga tem que começar a trabalhar nessa área, virar treinador e querer participar. Ele também está conversando com a gente e disse que quer ser capitão, mas não disse quando. Até o momento, não nos falou nada sobre isso, porque caso contrário teríamos sentado e conversado para ver essa condição", declarou Lacerda.
Com ex-tenistas de alto nível no comando, a Espanha conquistou os dois últimos títulos da Copa Davis. Antigo líder do ranking de duplas e dono de três Grand Slams, Emílio Sánchez Vicário, atual coordenador do tênis brasileiro, venceu a Argentina em 2008. Um ano depois, Albert Costa, campeão de Roland Garros, superou a República Tcheca.
Ao vislumbrar a possibilidade de Guga assumir o cargo no futuro, Jorge Lacerda chegou a citar os dois espanhóis. "Acho que esses grandes jogadores sempre têm currículo para serem excelentes treinadores, para serem capitães de Copa Davis de qualquer país", declarou.
No final do ano passado, Guga pediu mais efetividade ao espanhol Emílio Sánchez Vicário em seu trabalho de coordenador do tênis nacional. Questionado sobre o assunto em dezembro, Jorge Lacerda rebateu e disse que o catarinese poderia seguir em atividade se tivesse tomado mais cuidado durante a carreira. Em 2010, o dirigente adota uma postura diplomática em relação ao ex-jogador.
"A gente vê a vontade do Guga de ajudar o tênis. Da mesma forma que um jogador precisa amadurecer, ele também precisa amadurecer como aposentado. Estamos esperando ele decidir um rumo. Estou vendo o Guga mais perto do tênis e o pessoal que trabalha com ele tem falado muito conosco", disse Lacerda.
No ano passado, o ex-tenista organizou um torneio juvenil valendo pontos no ranking da CBT durante a Semana Guga Kuerten. Ao lado dos Correios, seu patrocinador oficial, a entidade figurou como promotora do evento realizado na capital catarinense.
"Depois de se aposentar, acho que o Guga passou um período de um ano não tão próximo do tênis, pensando mais na universidade (cursa teatro). Agora, está vendo que o caminho dele é mesmo o tênis, e isso é muito importante para nós", encerrou o presidente da CBT.