postado em 26/01/2010 10:03
A manhã desta terça-feira pode começar a marcar uma nova era no tênis. Derrotado por 6/3, 7/6 (7-2), 3/0 e desistência por Andy Murray nas semifinais do Aberto da Austrália, Rafael Nadal perderá a segunda posição do ranking e pode cair até para quarto. Sem ter nada a ver com os problemas do espanhol, cujos joelhos novamente acusaram uma lesão, o escocês segue sem perder sets e está vivo na busca de seu primeiro título de Grand Slam.
Desde julho de 2005, Roger Federer e Nadal dividem as duas primeiras posições da lista de entradas com a exceção de apenas três semanas - em agosto passado, o segundo lugar ficou provisoriamente com Murray, devido a uma diferença entre os calendários. A partir da próxima segunda-feira, o espanhol ficará atrás de Djokovic, visto que defendia o título em Melbourne, e será superado também pelo escocês caso este bata o croata Marin Cilic na semifinal.
Para o britânico, bem mais importante que o ranking foi a vitória em si. Até o segundo set, ele dominou as ações com belos serviços (foram 13 aces e dez de 12 break points salvos), aproximações à rede, golpes de esquerda, agressividade (39 bolas vencedoras, 16 a mais que o oponente) e consistência (25 erros não forçados, um a menos que o oponente). Mesmo sentindo dores nos joelhos, Nadal chegou a ter chances de vitória tanto na primeira parcial, em que sacou em 2/1, quanto na segunda, em que chegou a abrir 4/2.
Perdido o tie-break, no entanto, o espanhol não resistiu. Na virada dos sets, pediu atendimento médico para tratar de seu joelho direito, que já o havia afastado das quadras por dois meses durante 2009. Como consequência, levou três games seguidos e não viu mais razões para continuar em quadra.
Com o resultado, o escocês ignora o retrospecto geral, que marcava sete vitórias a duas para o ainda número dois do mundo, mas respeita o recente. Desde que bateu o rival no Aberto dos Estados Unidos de 2008, o confronto direto entre eles aponta empate por 2 x 2. Indo além, o vencedor ainda manteve o calvário de Nadal contra tenistas do top 10: dos últimos 24 sets inteiros disputados ante atletas desse nível, ele caiu em 21, sendo que 22 foram jogados após a contusão que ficou clara em Roland Garros.
Sempre pressionado pela imprensa da Grã-Bretanha para quebrar um jejum de títulos de Slam do país que já dura 73 anos, Murray está classificado às semis de um evento desse nível apenas pela terceira vez na carreira. No US Open de 2008, foi batido na decisão por Roger Federer, e no último Wimbledon, não resistiu a Andy Roddick na penúltima fase.
Em Melbourne, ele poderia ter marcado uma revanche exatamente contra o norte-americano, porém este, sofrendo com dores no ombro, perdeu por 3 sets a 2 para Cilic: 7/6(4), 6/3, 3/6, 2/6 e 6/3. Em grande fase, o croata garantiu a entrada para o grupo dos dez melhores do mundo e tentará a segunda vitória seguida sobre Murray - no major de Nova York, aplicou 7/5, 6/2 e 6/2, ignorando as três derrotas anteriores.