postado em 29/01/2010 20:48
Junto com sua defesa, Daiane dos Santos considerou uma vitória a pena de cinco meses de suspensão por doping. Porém, a história pode não ter acabado, uma vez que ainda existe a possibilidade de a Agência Mundial Antidoping (WADA) entrar com um recurso e forçar um novo julgamento do caso no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).
Caso a pena de Daiane aumente apenas mais 30 dias, para seis meses, a ginasta verá naufragar suas chances de participação nas Olimpíadas de Londres, em 2012 - de acordo com a Carta Olímpica, conjunto de regras e guias para os Jogos, um atleta que for suspenso por mais de seis meses por doping está automaticamente proibido de participar da próxima edição das Olimpíadas.
Daiane, porém, garante não estar preocupada. "Não estou pensando sobre a WADA, mas se eles entrarem com recurso, nós vamos recorrer também e aí a pena pode até mesmo diminuir", observou a ginasta, confiante no seu argumento, de que não usou furosemida para se beneficiar em competições. "Acho que tudo está muito bem explicado", destacou.
Advogado da atleta, Cristiano Caús também se mostrou tranquilo. "Agora nem é hora de falar isso, né gente?", pediu, em conversa com os jornalistas. De acordo com ele, não há um prazo certo para a WADA se manifestar.
Caús explicou que a absolvição de Daiane era impossível pelo simples fato de que uma substância proibida foi encontrada no corpo da atleta, mas os atenuantes fizeram a pena cair de 24 para apenas cinco meses.
"O caso nem tinha relação com o esporte, afinal para que ela se utilizaria de uma susbtância assim se estava fora da atividade esportiva?", comentou, lembrando que, devido a problemas no joelho, Daiane não compete desde as Olimpíadas de Pequim. "Além disto, ela ajudou o tribunal a desvendar o caso... não foi uma coisa que todo mundo ficou com a pulga atrás da orelha", declarou.
Daiane ressaltou ainda que foi muito bem recebida no pelos membros da Comissão Disciplinar da Federação Internacional de Ginástica em dezembro, quando foi pessoalmente à Suíça se explicar. "O presidente da FIG também estava lá e eles foram muito queridos e simpáticos comigo", garantiu.
Atleta do Pinheiros, a ginasta também agradeceu ao clube, que lhe indicou o advogado. Das ruas, ela diz também ter recebido muitas manifestações de solidariedade, apesar de revelar ter se decepcionado "com algumas pessoas que não esperava". "Mas é bom para a gente ver quem é quem realmente", minimizou a atleta.
Sobre a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Daiane também diz ter recebido todo o apoio - quando o caso estou, a entidade e o clube Pinheiros trocaram acusações sobre de quem era a responsabilidade por Daiane não ter sido avisada que poderia ser testada fora de competições.
"Meu relacionamento com a CBG continua bom e quero também agradecer à presidente Luciene Resende, que me ligou, me apoiou e até mandou uma carta para a FIG", destacou a atleta. "Não quero colocar a culpa nesta ou naquela pessoa. Foi uma sucessão de erros, inclusive meu, pois fui negligente. Mas que bom que tudo acabou bem", comemorou.