Superesportes

Águas quentes do cerrado goiano viram atrativo para quem quer aprender a pegar onda

postado em 07/02/2010 08:54
Rio Quente (GO) ; A praia mais próxima de Brasília fica a mais de mil quilômetros de distância, ou seja, um dia inteiro viajando de carro para poder surfar. Porém, os brasilienses que querem aprender o esporte têm uma alternativa pouco convencional, porém bem mais próxima. A cerca de 300km do DF é possível não só praticar a modalidade como ter aulas com um brasileiro três vezes campeão mundial na categoria longboard: Phil Rajzman.

O destino para os interessados é a Praia do Cerrado, uma das atrações do complexo Rio Quente Resorts, na cidade de Rio Quente (GO). Dentro da água ; quente e sem sal ;, os surfistas do cerrado aprendem a deslizar nas ondas artificiais como se estivessem no mar. Segundo Phil, o local é ideal para quem deseja começar. ;As ondas aqui são sempre iguais, em um intervalo de tempo regular. Não são muito grandes, mas o suficiente para surfar. É perfeito para o aprendizado;, aponta o surfista.

Antes de entrarem nas águas quentes da Praia do Cerrado, Phil e seus monitores iniciam os ensinamentos na areia. Cada aluno desenha uma ;prancha; no chão e realiza o mesmo movimento que vai ter que fazer para ficar em pé mais tarde sobre o equipamento. O segundo passo já é dentro d;água, mas ainda sem ondas. Com um empurrãozinho dos instrutores, os futuros surfistas colocam em prática o que foi ensinado na areia, para depois começarem a pegar ondas.

Para Phil, a parte mais difícil serão justamente nas primeiras etapas. ;O mais complicado é o início, ficar em pé fazendo os movimentos com a água ainda parada. Depois, com as ondas, fica mais fácil, porque a prancha fica mais estável;, explica. Em meio a competições e viagens, o surfista vai pelo menos uma vez por mês ao resort para dar aulas. ;Quando estou aqui, tenho em média 15 alunos por dia, de todas as idades. Já tive uma aluna de quase 60 anos;, revela ele, adicionando um detalhe importante e impressionante: ;Quase 100% das pessoas conseguem ficar em pé e pegar onda, é fácil;.

Ajudando a manter o elevado índice de sucesso do professor estava Andressa Dias. Moradora do Rio de Janeiro, ela esteve no resort para disputar a Copa do Brasil de Beach Soccer feminino, que ocorreu entre 29 e 31 de janeiro, e aproveitou para fazer uma aula de surfe. Bodyboarder das praias cariocas, ela conseguiu pegar várias ondas e aprovou a experiência. ;Foi supershow, achei muito interessante. Na praia não dá para prever as ondas, mas de resto é bastante parecido. Eu recomendo.;

Vocação para o esporte
Phil Rajzman nasceu para o esporte. Filho do ex-jogador de vôlei Bernard e da ex-patinadora Michelle Wollens, ele começou cedo a vida de esportista. Aos quatro anos, já ia para o mar com sua prancha de bodyboard. Aos seis, a convite do surfista Rico de Souza, entrou na escolinha de surfe. ;Ele falou com meu pai e disse que eu tinha potencial;, lembra Phil. O campeão conta que também chegou a seguir os passos do pai e jogou vôlei no Flamengo, mas optou mesmo pela praia. ;Meu pai sempre apoiou, sem pressão, mas disse que aos 14 anos eu teria que optar por uma modalidade só, se quisesse viver do esporte;, conta.


Em busca do tetra
De olho em mais um título mundial na longboard, Phil Rajzman chegou recentemente da Austrália, onde foi treinar para buscar mais uma taça. ;Estava me preparando para março, quando já começa o circuito. A primeira etapa deve ocorrer no Japão;, diz. O maior rival do brasileiro na disputa, segundo o próprio Phil, é um australiano. ;É o Haley Inglebi. Foi ele que me eliminou nas duas etapas do ano passado.;

Sempre vinculado a atletas mais velhos, o longboard vem mudando o estereótipo. De acordo com Phil, a evolução do equipamento possibilita um novo mundo na modalidade. ;Com pranchas mais leves, é possível inovar e criar manobras;, afirma. Ele acredita que a inovação nas manobras é um fator que tem chamado a atenção dos juízes e rendido mais pontos.

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