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Estatura da dupla de zaga é um dos trunfos cruzmaltinos contra a força aérea do Botafogo

Ajuste na marcação de Abreu e Herrera é a maior preocupação para a final da Taça Guanabara

Joana Tiso
postado em 19/02/2010 08:39
Rio de Janeiro ; Garantido na final da Taça Guanabara, o Vasco teve uma semana para intensificar o que funcionou taticamente no empate com o Fluminense e corrigir as falhas que deixaram o placar em branco. No balanço do cruzmaltino, sobressaiu a confirmação de que a equipe resgatou a segurança em jogos decisivos. Confiante, o time se inspirou na tranquilidade do técnico Vagner Mancini e deu show nas cobranças de pênalti, com 100% de aproveitamento. Do tempo regulamentar, porém, ficou a lição de que o Vasco precisa melhorar no último passe.

Arrumado e forte defensivamente, o cruzmaltino procurou sair com velocidade para furar o bloqueio tricolor. Se conseguiu dominar o meio de campo, faltou finalizar com precisão. Tanto que Dodô foi um dos atletas mais discretos da partida. Isolado na frente, o único atacante de origem da equipe depende dos lances de Carlos Alberto e Philippe Coutinho para concluir ao gol. Os apoiadores correram bastante e superaram a marcação diversas vezes. Pecaram, entretanto, no toque final.

;Eu me movimentei bem, mas errei umas bolas bobas e alguns passes. Acho que tenho de melhorar nisso e cair mais pelos lados do campo;, reconheceu Coutinho, que segue no ataque ao lado de Dodô, o artilheiro do Carioca com sete gols.

Outra falha do Vasco foi justamente a falta de jogadas pelas laterais. Coutinho atuou como um ponta, pela esquerda, e poderia ter infernizado ainda mais a zaga adversária se tivesse o apoio de Márcio Careca, preso à marcação devido aos avanços de Mariano, sobretudo no segundo tempo. Assim, chamou mais atenção pelo excesso de faltas cometidas.

O time teve duas boas chances com Elder Granja, pela direita, mas ainda está longe do ideal. Apesar de escalar o Vasco no 4-4-2, Mancini dá liberdade para os laterais e pede que o time não afunile as jogadas. Cabe aos volantes, que são três no esquema vascaíno, fazer a cobertura de Granja e Careca.

Ajuste na marcação de Abreu e Herrera é a maior preocupação para a final da Taça Guanabara

Cavar faltas é opção de jogo


Contra o Flamengo, Joel Santana escalou a equipe no 3-5-2 e optou pelo contra-ataque. Como o time de São Januário costuma tomar a atitude em campo, o comandante alvinegro deve repetir a fórmula, com forte marcação sobre os jogadores do setor ofensivo e rapidez nos toques. Apesar da quantidade de atletas na defesa, o Botafogo peca pelo nervosismo e comete muitas faltas perto da área. Este pode ser outro bom caminho para a equipe da Colina, que tem ótimos cobradores, como o volante Léo Gago.

Com três zagueiros, os laterais do Botafogo ganharam mais espaço para atacar, atuando como alas. Esta é a dica para o Vasco apostar no contra-ataque pelos lados do campo, principalmente na esquerda, com Coutinho e Márcio Careca. Se acertar o último passe, tem tudo para complicar a zaga adversária. Para imprimir velocidade e força ofensiva na lateral direita, Mancini pode trocar Elder Granja por Fagner, recuperado de uma lesão na coxa.

"Vimos um pouco de futebol inglês no Maracanã"
Andrade, técnico do Flamengo, criticando o estilo de jogo do Botafogo

O número

19 - Número de gols marcados em 8 partidas


Armas cruzmaltinas


O que funcionou contra o Fluminense
; Fernando Prass esteve seguro e atento. Fez duas defesas decisivas
; Os volantes protegeram bem a zaga e fizeram a cobertura dos laterais com eficiência
; O cruzmaltino dominou o meio de campo. Carlos Alberto
e Philippe Coutinho se movimentaram bastante para fugir da marcação
; Apesar do excesso de faltas, o Vasco mostrou segurança e equilíbrio, principalmente nos pênaltis.

O que precisa melhorar contra o Botafogo

; Faltou força ofensiva pelas laterais
; Os zagueiros foram lentos e perderam a bola para Fred nas jogadas que exigiam velocidade
; Os volantes não apoiaram com a mesma frequência dos outros jogos
; Houve muitos erros no último passe e Dodô ficou isolado boa parte do tempo
; Foram muitas faltas, sobretudo no primeiro tempo, o que poderia ter deixado o Vasco com menos um em campo

Chaves para o sucesso

; Evitar faltas perto da área
; Marcar com atenção as jogadas pelo alto; além de cabecear para o gol, Loco Abreu costuma atuar como pivô
; Explorar os espaços deixados pelos laterais
; Abusar dos dribles perto da área adversária em busca de faltas frontais
; Acertar o último passe e deixar que o faro de gol do artilheiro Dodô resolva o jogo. No primeiro encontro entre Vasco e Botafogo, ele marcou três vezes.


Falhas alvinegras contra o Vasco...


; Numa falha individual, o zagueiro Wellington perdeu a bola para Dodô, que finalizou de fora da área no canto direito de Jefferson, aos 4min de jogo;

; Dez minutos depois, Eduardo entrou de sola em Souza e foi expulso;

; Com um a menos, o sistema defensivo exposto e diante de um ataque rápido, comandado pelo trio Carlos Alberto/Philippe Coutinho/Dodô, o Botafogo começou a abusar das faltas. Fahel, Alessandro e Herrera foram advertidos verbalmente pelo juiz e tiveram de diminuir o ritmo;

; O Vasco sentiu a fragilidade emocional do rival e passou a pressionar a saída de bola. Dodô decretou a goleada logo no primeiro tempo marcando mais duas vezes, aos 32 e aos 35 minutos;

; Estevam Soares sacou Loco Abreu no intervalo e colocou o volante Somália, para tentar segurar o adversário. Não adiantou. Em nova falha individual, Antônio Carlos errou na saída e bola e fez falta. Léo Gago cobrou forte e Jefferson não evitou o quarto gol, aos 10 minutos;

; Aos 14, Philippe Coutinho invadiu a área sem muita dificuldade e ampliou. Aos 36, Coutinho marcou seu segundo gol como profissional e fechou o humilhante resultado em pleno Engenhão.


Joel estuda o jogo dos seis erros


Patrícia Trindade


Rio de Janeiro ; O Botafogo cabisbaixo, sem técnico e com a torcida enfurecida que resultou da humilhante goleada por 6 x 0 sofrida para o Vasco, há quase um mês, não existe mais. É o que garante Joel Santana, que chegou a General Severiano justamente por causa do resultado pela terceira rodada da Taça Guanabara.

Desde então, o Botafogo não perdeu nenhum jogo; virou placares, venceu a desconfiança da torcida e eliminou o maior rival, Flamengo, quarta-feira, no Maracanã, pelas semifinais, acabando com um jejum de dez partidas sem superar o rubro-negro ; foram cinco empates e cinco derrotas ; e calando a boca de quem já dava como certa a classificação do atual tricampeão carioca e campeão brasileiro.

Mas, a maior mudança (1) do Alvinegro não é apenas no aspecto emocional. Taticamente, Joel Santana procurou acentuar os pontos fortes da equipe: jogadas aéreas com os grandalhões Loco Abreu e Herrera; velocidade pelas pontas com o eficiente Marcelo Cordeiro, sempre explorando a habilidade de Lúcio Flávio, a segurança do goleiro Jefferson e a aplicação na marcação de Leandro Guerreiro.

Além disso, tratou de minimizar as deficiências de uma zaga formada por jogadores limitados tecnicamente, inexperientes e lentos ; Fábio Ferreira, Antônio Carlos e Wellington; um lateral-direito que apoia pouco (Alessandro) e um segundo volante (Eduardo) que não cumpre bem a função.

Ajuste na marcação de Abreu e Herrera é a maior preocupação para a final da Taça Guanabara

1 - Sem reforços
Os contratados Danny Morais, Jeancarlos e Sandro Silva só poderão estrear na Taça Rio. Portanto, Joel deve repetir a receita adotada contra o Flamengo: disciplina tática para vencer a diferença técnica. Contra o Vasco, diante de um ataque rápido, deve adotar a cautela no início, para evitar que o filme de terror do último encontro se repita e Dodô abra o marcador logo aos 4 minutos.

"A equipe vai a campo com mais personalidade e com a cabeça no lugar. Respeitamos muito o adversário, que é bom, mas o bicho vai pegar..."
Joel Santana, técnico


O número

3 - Número de gols sofridos pela defesa do Vasco em 8 jogos

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