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Ataque do Vasco tira o sono do Botafogo

Habilidade, velocidade e faro de gol de Carlos Alberto, Phillipe Coutinho e Dodô atormentam a cabeça de Joel Santana para a decisão de amanhã, às 17h

Joana Tiso
postado em 20/02/2010 09:15
Rio de Janeiro ; Um campeão mundial com o Porto (Portugal), uma promessa vendida para a Inter de Milão (Itália) por quase 4 milhões de euros, aos 16 anos, e um famoso artilheiro. Essa é a receita do sucesso do trio ofensivo do Vasco, formado por Carlos Alberto, Philippe Coutinho e Dodô.

Juntos, eles aliam técnica, velocidade e faro de gol. O resultado dessa mistura é um ataque com média superior a dois gols por partida. Até agora, o cruzmaltino só passou em branco na semifinal diante do Fluminense: 0 x 0 e triunfo vascaíno nos pênaltis, por 6 x 5.

O Vasco venceu seis dos seus oito jogos na Taça Guanabara, sendo três por goleada. A equipe do técnico Vagner Mancini tem também a vitória mais elástica da competição ; os históricos 6 x 0 no Botafogo, adversário na final de domingo. Dodô é o artilheiro isolado do Estadual, com sete gols. Três deles saíram no chocolate sobre o rival alvinegro. Os dois tentos de Coutinho no campeonato ; os únicos no profissional ; também foram no time de General Severiano.

O Vasco joga no 4-4-2 e tem o meio de campo escalado na forma de um losango. Nilton é o cão de guarda e faz a proteção à zaga. Léo Gago e Souza cobrem a saída dos laterais, que têm bastante liberdade para atacar, embora as jogadas não tenham funcionado no empate com o tricolor. Mais ofensivo que Elder Granja, Márcio Careca faz belas tabelas com Philippe Coutinho pela esquerda e é uma das armas ofensivas do Vasco para a decisão.

Os volantes chegam como elemento surpresa ao ataque e costumam arriscar bons chutes de fora da área. Nilton, o mais defensivo, já balançou a rede três vezes no Carioca. Foi o que faltou na semifinal, quando os três ficaram recuados e deixaram um buraco no meio de campo. Com Carlos Alberto e Coutinho muito marcados, a bola chegou poucas vezes para Dodô. Embora esconda o jogo, com direito a treino secreto, Mancini quer justamente corrigir os erros no último passe.

O capitão Carlos Alberto ocupa o vértice da frente do losango cruzmaltino, sem tantas funções defensivas. A maioria das jogadas passa pelos pés dele, que tabela com Coutinho e Souza em busca do lance ideal para Dodô. Coutinho, que joga mais pelos lados, é meia de origem, mas atua adiantado, como segundo atacante. Muito habilidoso, geralmente vence seus marcadores com dribles e velocidade. Ainda peca, porém, em alguns passes decisivos e na conclusão ao gol.

Além da média de um gol por jogo, Dodô ajuda como pivô e se desloca bem, o que tem rendido faltas para o Vasco na entrada da área. O time tem bons cobradores, como Nilton e Léo Gago. O próprio Dodô já deixou o seu, numa cobrança de categoria e sem a força dos volantes. O ponto alto do Vasco, no entanto, é o ataque com a bola rolando. Foi assim que a equipe marcou cinco dos seis gols sobre a frágil defesa do Botafogo, na goleada da fase classificatória.


Números do trio infernal


Carlos Alberto

; 5 jogos
; 4 vitórias
; 1 empate
; 1 gol
; 86,6% de aproveitamento dos
pontos quando esteve em campo

Philippe Coutinho

; 8 jogos
; 6 vitórias
; 2 empates
; 2 gols
; 83,3% de aproveitamento dos
pontos quando esteve em campo

Dodô

; 7 jogos
; 5 vitórias
; 2 empates
; 7 gols
; 80,9% de aproveitamento dos
pontos quando esteve em campo


Joel quebra a cabeça com zaga


Patrícia Trindade


Rio de Janeiro ; A defesa é o grande problema do Botafogo para o duelo de amanhã, às 17h, contra o Vasco, no Maracanã. Levou 14 gols em oito jogos e só não teve a meta vazada em uma partida, na vitória por 2 x 0 sobre o Friburguense, pela segunda rodada. Mesmo com as mudanças feitas por Joel Santana, após a goleada por

6 x 0 para o Vasco ; o treinador abandonou o 4-4-2 de Estevam Soares e adotou o 3-5-2 ;, o setor ainda é fraco e falha no combate direto. Principalmente se o ataque for veloz, como é o caso do Vasco.

A instabilidade da zaga afeta o meio de campo e, por tabela, a criação. No fim das contas, quem sofre mesmo é a dupla de ataque formada por Loco Abreu e Herrera. A bola chega poucas vezes e em más condições. Com uma dupla de zagueiros que não inspira segurança, os volantes Leandro Guerreiro e Eduardo jogam muito próximos da área e enfraquecem o combate no meio.

Além de tentar proteger o setor, precisam cobrir as descidas do lateral-esquerdo Marcelo Cordeiro, que apoia muito e é peça fundamental no esquema de Joel.

Com isso, Lúcio Flávio fica sacrificado, sem ter com quem dividir a função de armar. É habilidoso, mas não é veloz. Bem marcado ; como foi por Willians na semifinal contra o Flamengo ;, é facilmente anulado. O ideal seria ter um companheiro para abrir espaços. No atual elenco, apesar de não ser o ideal, Renato seria a melhor pedida.

Além disso, os zagueiros falham em outro aspecto fundamental para que o esquema teoricamente veloz de Joel funcione, já que não sabem sair jogando tocando a bola no chão ; chutes de longa distância rifam o meio de campo e são incertos. A falha vale também para o goleiro Jefferson, um leão debaixo das traves, mas uma negação com a bola nos pés. O lateral-direito Alessandro seria o ponto de referência para começar as jogadas, posicionando-se um pouco no meio do campo para receber o passe, mas não tem bom toque e é facilmente desarmado.


Camisa da final


Na decisão da Taça Guanabara, o Botafogo terá uma grande exposição na mídia. Com isso, fechou contrato temporário com duas empresas. A Hypermarcas colocará na camisa Neo Química Genéricos e Bozzano. O outro acordo é com o Banco Cruzeiro do Sul, no calção.


Opinião do internauta


;Sem dúvida será um jogão. Não esperemos o absurdo de gols sofridos pelo Botafogo, mas tecnicamente o Vascão tem tudo para sagrar-se campeão da Taça Guanabara. Em clássicos não há favoritos, há espetáculos e é isso que as torcidas querem.;
Jorge Martins

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Antônio Carlos pode desfalcar o alvinegro


; O Botafogo deve sofrer uma baixa de última hora entre os titulares. Com fortes dores na coxa esquerda, Antônio Carlos foi poupado pelo segundo dia seguido das atividades alvinegras e, por isso, sua presença no clássico ainda é dúvida. Observado atentamente pela comissão técnica, o zagueiro recebeu uma entrada mais forte na vitória do alvinegro por 2 x 1 sobre o Flamengo e por isso preocupa. Na movimentação de ontem, no Engenhão, Joel Santana optou pela entrada de Wellington na esquerda da defesa e, assim, deslocou Fábio Ferreira para o lado direito. Pela situação de Antônio Carlos, a tendência é que o atleta também não participe do treino de hoje e provavelmente não jogue o clássico.


Campanha
do Vasco

16/1 Vasco 1 x 0 Tigres
20/1 América 1 x 2 Vasco
24/1 Botafogo 0 x 6 Vasco
28/1 Vasco 4 x 0 Macaé
31/1 Friburguense 0 x 3 Vasco
4/2 Resende 0 x 1 Vasco
7/2 Vasco 2 x 2 Madureira

Semifinal

13/2 Vasco 0 x 0 Fluminense

Resumo

8 jogos, 6 vitórias, 2 empates, 19 gols pró, 3 gols contra
Artilheiro: Dodô, 7 gols


Campanha
do Botafogo

16/1 Macaé 2 x 3 Botafogo
21/1 Botafogo 2 x 0 Friburguense
24/1 Botafogo 0 x 6 Vasco
27/1 Tigres 1 x 2 Botafogo
30/1 Botafogo 2 x 1 América
4/2 Madureira 1 x 4 Botafogo
7/2 Botafogo 5 x 2 Resende

Semifinal

17/2 Flamengo 1 x 2 Botafogo

Resumo

8 jogos, 7 vitórias, 1 derrota,
20 gols pró, 14 gols contra
Artilheiro: Loco Abreu, 5 gols

Habilidade, velocidade e faro de gol de Carlos Alberto, Phillipe Coutinho e Dodô atormentam a cabeça de Joel Santana para a decisão de amanhã, às 17h

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