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Meninos da Vila brincam no carrossel santista

Técnico Dorival Júnior aproveita todo o potencial dos atacantes de que dispõe e arma o Santos com três habilidosos jogadores na frente. Meio de campo também apresenta visão privilegiada de jogo

postado em 20/02/2010 09:27
São Paulo ; O Santos que envolveu o time do São Paulo, postulante a campeão da Copa Libertadores, há duas semanas, na estreia de Robinho, com vitória por 2 x 1, prova que é possível fazer ainda melhor. O técnico Dorival Júnior percebeu que, apesar de (muito) talentosos, os atacantes Neymar e Robinho funcionam melhor com um centroavante de referência na área. Confiando no jovem André, prata da casa de 19 anos, o treinador adotou de vez o esquema 4-3-3, o mesmo com o qual o Santos foi bicampeão brasileiro em 2002 e 2004. No primeiro teste, a nova formação agradou e o Peixe deu um baile no Bragantino, em goleada por 6 x 3, na quinta-feira.

No clássico contra o São Paulo, Robinho entrou no lugar de André, que até então formava dupla de ataque com Neymar. Os dois abusados atacantes se revezaram pelas laterais da grande área, perturbando constantemente a defesa tricolor, mas o gol apenas aconteceu numa jogada individual iluminada do camisa 7: o gol de letra na cara de Rogério Ceni.

Contra o Rio Claro, no domingo passado, a badalada dupla de atacantes começou como titular, mas o Santos só conseguiu virar o placar quando contou com o oportunismo dos centroavantes André e Giovanni na pequena área. Dorival Júnior entendeu o recado e fez a alegria dos que gostam de futebol ofensivo, adotando o esquema com três atacantes.

Além de contar com um trio afinado no ataque, o Santos conta com um meio-campo de dar inveja. Paulo Henrique Ganso é dono de uma visão de jogo incomum para um jovem de 20 anos e Wesley, outro da base santista, 22 anos, desbancou o experiente Marquinhos com o potencial ofensivo apresentado ; ele adora bancar o ponta-direita. Quem segurou o rojão no meio-campo contra o Bragantino foi Rodrigo Mancha, de atuação regular, mas o dono da posição é Arouca, que está no departamento médico.

Defesa regular

Se do meio para a frente o Santos é o time sensação do início de temporada no Brasil, na defesa a equipe ainda precisa de mais observações. Na nova formação do 4-3-3, Dorival Júnior não pôde contar com o volante Arouca e nem com os titulares para as laterais. Pela direita, George Lucas e Maranhão estão lesionados e deram lugar para a improvisação do esforçado volante Roberto Brum. Pela esquerda, Léo está fora e abriu espaço para Pará, jogador limitado.

Os três gols sofridos contra o Bragantino têm diversas explicações: o Santos abriu espaço para o adversário com as saídas de Neymar, André e Robinho, o Bragantino tem um dos melhores ataques da competição (21 gols contra 24 do Santos) e o experiente zagueiro Edu Dracena esteve em uma noite infeliz. Mas se o Santos quiser continuar surpreendendo, terá que encontrar o equilíbrio entre o ataque dos sonhos e uma defesa apenas regular.


Análise da notícia


Marcos Paulo Lima


A Holanda e o Barcelona são os fiéis representantes do esquecido 4-3-3. A configuração não é opção na Laranja Mecânica nem no clube catalão. É regra! No Brasil, o desenho foi para o baú há muito tempo. Nos anos 80, era bonito ver as tramas entre pontas (direita e esquerda) bem abertos e dribladores, com ultrapassagem em velocidade dos laterais rumo à linha de fundo, sempre em busca de um centroavante fixo dentro da área.

Alguns clubes ainda tentam adotar o esquema no Brasil. O Corinthians campeão paulita e da Copa do Brasil em 2009, por exemplo, atuava com Dentinho e Jorge Henrique nas extremidades e Ronaldo como referência. Na Pré-Libertadores deste ano, Adilston Batista utilizou Thiago Ribeiro e Kleber abertos e Wellington Paulista na frente. Maicon, do Fluminense, é um ponta à moda antiga, mas atua em função de Fred no 4-4-2. Diferente do Santos, que se dá ao luxo de ter dois pontas (Robinho e Neymar) a serviço de André.

Técnico Dorival Júnior aproveita todo o potencial dos atacantes de que dispõe e arma o Santos com três habilidosos jogadores na frente. Meio de campo também apresenta visão privilegiada de jogo

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