postado em 21/02/2010 10:07
São Paulo ; O técnico Antônio Carlos, o Zago, jamais poderia imaginar que em menos de uma semana voltaria ao Palestra Itália, onde, na última quarta-feira, comandou a goleada do São Caetano sobre o Palmeiras por 4x1 que culminou na demissão de Muricy Ramalho. Desta vez, Zago senta-se no banco de reservas destinado à comissão técnica e jogadores do time da casa e estreia contra o São Paulo, às 17h, em um clássico que ele conhece bem. Na década de 90, o então zagueiro Antônio Carlos foi um dos destaques do Palmeiras na ;era Parmalat; ; que passou por cima dos grandes e conquistou os campeonatos estaduais e brasileiros de 93 e 94.Com apenas dois dias para treinar ; na sexta ele se apresentou aos jogadores e ontem fez um treino com portões fechados ;, o novo comandante alviverde tem a difícil missão de tirar o Palmeiras de uma das maiores crises do clube. Se a escalação é um mistério, ao menos duas diferenças entre Antônio Carlos e Muricy já podem ser notadas. Diferentemente do antigo técnico, um durão que não acredita em motivação e conversas ao pé do ouvido (ele jamais conversou com o lateral-esquerdo Armero para entender sua queda de rendimento, por exemplo), Zago tem um estilo mais ;paizão;. Ele aposta em muita conversa coletiva e individual com os jogadores para entender o que falta ao Palmeiras. Além disso, o novo treinador já avisou que é contrário a improvisações. Por isso, Diego Souza deve voltar ao meio-campo.
[SAIBAMAIS]Mesmo com pouco tempo para revolucionar o futebol palmeirense e com o clássico, uma encrenca e tanto, pela frente, Antônio Carlos fez questão de estar no banco de reservas. ;Se eu falar que vai ter muita mudança, vou estar mentindo. Aqui não tem tempo para treinar. Cheguei no segundo dia após um jogo, quando eles sentem mais cansaço. Foi um trabalho mais parado. Será na base da conversa. Pedi para ficar no banco porque não vejo motivo para ir outra pessoa. Vou sofrer no campo com os jogadores e tentar a vitória contra o São Paulo;, afirma. Esta é outra diferença para Muricy, que assinou com o Palmeiras em julho de 2009 e assistiu de camarote à vitória alviverde sobre o Corinthians por 3x0, quando o clube do Palestra Itália estava em alta. Agora, além de mostrar que é diferente de Muricy, Antônio Carlos quer provar que é pé-quente.
São Paulo nega favoritismo
São Paulo ; Alheio aos problemas do rival, o São Paulo precisa de vitória para finalmente entrar no G4 do Campeonato Paulista. Por isso, apesar de ter uma desgastante viagem marcada para a Colômbia ; onde enfrenta o Once Caldas pela Libertadores da América na próxima quinta-feira ;, o time de Ricardo Gomes vai ao Palestra Itália com o que tem de melhor, disposto a conseguir a quarta vitória seguida na competição. Mas mesmo vivendo um momento completamente diferente do Palmeiras, o São Paulo rebate o favoritismo.
Confirmado na equipe, Cicinho deve voltar à sua posição original, na lateral direita, abrindo espaço para o retorno de Hernanes no meio-campo. Empolgado para o seu primeiro clássico no retorno ao futebol brasileiro, o jogador não acredita que a partida já esteja ganha. ;O que se tem notícia é que o Palmeiras está em crise, enquanto nós vivemos um bom momento. Mas não vamos pensar no momento ruim que o Palmeiras enfrenta. Vamos pensar em uma partida difícil, assim como foi nos anos anteriores.;
Outro que faz questão de minimizar a crise do rival é Jorge Wagner, jogador que atuou com Muricy Ramalho no Internacional e no próprio São Paulo. ;Em se tratando de clássico, uma derrota não pode ser chamada de surpresa. Tudo pode acontecer. Temos consciência de que somos um bom grupo, um elenco de qualidade, mas o Palmeiras já demonstrou isso também. Tem o Cleiton Xavier, o Diego Souza e um meio forte que marca bem com o Pierre e o Edinho, então merecem o nosso respeito.;