Superesportes

Ferrari faz críticas ácidas à FIA e equipes novatas

postado em 23/02/2010 09:43
A incerteza quanto à presença da Campos e da USF1 no grid de largada no GP do Bahrein, que abre o Mundial 2010 em 14 de março, tem irritado a Ferrari. Através de comunicado oficial publicado nesta terça-feira, o time de Maranello atacou estas equipes e Max Mosley, ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). "Este é o legado da guerra santa travada pelo antigo presidente da FIA. O resultado é dois times vacilantes no início do campeonato e uma terceira tentando forçar a entrada através de uma mão invisível. Neste meio tempo, perdemos duas montadoras, BMW e Toyota, enquanto a Renault não passa de um nome. Será que valeu a pena?", questiona o time de Fernando Alonso e Felipe Massa. O time vermelho lembra que nesta semana serão realizados os últimos testes coletivos da pré-temporada e Campos e USF1 não tem planos de ir à pista. Ou seja, se estes times estrearem no Bahrein, o desempenho e confiabilidade de seus carros serão uma completa incógnita. "O sino da última volta já está tocando e esta é a última chance de se fazer testes", afirmou a escuderia, que ironizou a aquisição total da Campos pelo seu ex-sócio majotitário, José Ramon Carabante. "A gestão deles foi transformada, segundo os rumores do paddock, pela súbida injeção de dinheiro de um generoso cavalo branco, em um resgate de última de hora", ironizou. A USF1, por sua vez, foi classificada de "descarada". "Parece que eles se esconderam em Charlotte para o desespero de quem, como o argentino López (José Maria López, o Pechito López, piloto contratado pelo time), acreditou ter encontrado seu caminho de entrada para a Fórmula 1 e agora tem que começar tudo de novo. Por incrível que pareça, eles ainda têm o descaramento de dizer que está tudo ótimo", destacou a Ferrari. Aguardado a desistência de alguém para entrar no Mundial 2010, a Stefan GP também não escapou dos ataques. Classificada como "abutre", a equipe foi acusada pelos italianos de travar uma "batalha quixotesca" contra a FIA e "recolher os ossos da Toyota". "Estão esperando alguém cair fora do jogo para entrar, possivelmente, com o apoio do mesmo cavaleiro de armadura brilhante da Campos", debochou a Ferrari. A Ferrari é o único time a ter participado de todos os 59 campeonatos de Fórmula já realizados. Curiosamente, quem sucedou Max Mosley no comando da FIA no fim de 2009 é Jean Todt, ex-chefe do time italiano. ENTENDA O CASO A Campos e a USF1 conquistaram o direito de correr na principal categoria do automobilismo mundial no ano passado, quando o então presidente da FIA, Max Mosley, decidiu promover a ascensão de novos times. O argumento dele era de que as grandes montadoras poderiam retirar suas equipes a qualquer momento por ter somente compromisso com o dinheiro, não com o esporte. De fato, a crise financeira internacional fez com que Honda, BMW, Toyota retirassem seu apoio desde o fim de 2008, enquanto a Renault vendeu boa parte de sua estrutura para um fundo de investimento. Inicialmente, a proposta, que incluia o estabelecimento de um teto orçamentário, desagradou totalmente as escuderias mais tradicionais. Em represália, elas até chegaram a ameaçar a criação de uma Fórmula 1 paralela - presidente da Ferrari, Luca di Montemolo liderou a oposição ao exercer a função de mandatário da FOTA (Associação das Equipes da Fórmula 1). Entretanto, mais tarde elas cederam com a condição de poder ter gastos ilimitados. A temporada 2009 se encerrou e, enquanto Michael Schumacher anunciava seu retorno, Campos e USF1 passaram a ter sérios problemas na arrecadação, de forma a ter os lugares cobiçados pela Stefan GP, uma obscura equipe sérvia que adquiriu a estrutura da Toyota e garante ter tudo pronto para estrear na Fórmula 1 no Sakhir. Após ser totalmente adquirida pelo empresário espanhol José Ramon Carabante na última sexta, a Campos promete lutar contra o tempo para estrear junto com as outras escuderias. Enquanto isso, a USF1 tenta uma autorização da FIA para perder as quatro primeiras etapas. Fato é que a menos de um mês para o início da temporada 2010, ninguém sabe exatamente quantos carros correrão na primeira corrida do ano.

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