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Elias garante estreia com vitória do Corinthians na Taça Libertadores

postado em 24/02/2010 23:51
Mano Menezes acertou todas as suas previsões sobre a estreia do Corinthians na Copa Libertadores da América, nesta quarta-feira: os torcedores fizeram muita festa para incentivar a equipe quase centenária, o Racing se armou com uma marcação cerrada e até protagonizou algumas confusões em campo. E, o melhor, o time da casa venceu no Pacaembu: 2 x 1, de virada, com dois gols marcados pelo meio-campista Elias.

Com diversos torcedores ilustres no estádio municipal, no entanto, o Corinthians sofreu um gol de Martín Cauteruccio com menos de um minuto de partida. A primeira-dama brasileira Marisa Letícia (que foi torcer pelo filho Lulinha, integrante da comissão técnica), a modelo Milene Domingues e o seu filho Ronald, a jogadora santista Marta (com uniforme do Corinthians), e a ex-atleta de basquete Hortência sofreram até que Darío Flores fosse expulso e Elias virasse o jogo no segundo tempo.
Jogadores do Corinthians comemoram o resultado
O resultado garante ao Corinthians a liderança do grupo 1 da Libertadores, com 3 pontos ganhos, já que Cerro Porteño e Independiente Medellín empataram por 1 x 1 no outro confronto da chave. Na próxima rodada, na quarta-feira de 10 de março, o time brasileiro visitará os colombianos. Já o Racing enfrentará os paraguaios um dia antes, no Uruguai.

Antes de voltar a se preocupar com a Libertadores, no entanto, o Corinthians terá um clássico pela frente. Enfrentará o Santos neste domingo, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. Mano Menezes não deverá poupar seus titulares no final de semana.

O jogo

O goleiro Felipe ainda se benzia quando o Racing chegou pela primeira vez ao ataque. A fumaça provocada por um persistente foguetório encobria a visão de muitos torcedores. Outros não viam absolutamente nada do lance, pois estavam embaixo das bandeiras desfraldadas nas arquibancadas do Pacaembu. Naquele momento, a defesa do Corinthians falhava pela primeira vez na Libertadores 2010.

O erro foi fatal. Com menos de um minuto de jogo, o atacante Martín Cauteruccio apareceu livre dentro da área do Corinthians após lançamento de Rodrigo Brasesco e chutou no canto para marcar o até então único gol do Racing na história do torneio continental. Os corintianos não se abateram e continuaram a cantar. Os mais supersticiosos lembraram que a campanha na Série B do Campeonato Brasileiro de 2008 também iniciou com um ;gol relâmpago;.

Assim como naquela partida contra o CRB, a reação do Corinthians não tardou. Parte da torcida não tinha sequer parado de protestar contra os fogos, que não cessaram antes dos 10 minutos de jogo, quando a equipe de Mano Menezes empatou o jogo. Ronaldo passou a bola para Tcheco, que fez uma assistência de letra para Elias. O meio-campista invadiu a área sem marcação e completou para as redes. A "festa na favela", conforme cantava o público, recomeçou.

O Racing, então, adotou a postura tática que os jogadores brasileiros previram durante a semana. A marcação sob pressão dos uruguaios, com linhas de quatro na defesa e no meio-campo, incomodava o Corinthians. O sempre sereno Jorge Henrique chegou a discutir com Líber Quiñones dentro da área. O argentino Defederico, esperança do time da casa para fugir da retranca, pouco produzia pelas laterais.

A solução encontrada pelo Corinthians foi chutar e longa distância, principalmente com Elias, e insistir nas jogadas aéreas. O problema é que a pontaria do volante não estava apurada, e os cruzamentos de Roberto Carlos também não tinham a direção desejada na maioria das vezes. Outro lance de real perigo criado pela equipe brasileira ocorreu apenas aos 43 minutos, quando Ronaldo clareou na entrada da área e bateu cruzado. O goleiro Jorge Contretas se esticou para espalmar.

Assim que o boliviano Raúl Orosco anunciou o término do primeiro tempo, o Corinthians experimentou ainda um pouco do clima tenso da Libertadores. O técnico Juan Verzeri, do Racing, correu em direção ao árbitro para reclamar asperamente. Já Mano Menezes discutiu com os atletas uruguaios. No vestiário, o comandante corintiano trocou o improdutivo Defederico pelo centroavante Souza.

Bastante contestado no ano passado, Souza entrou em campo sob aplausos e gritos eufóricos dos corintianos. Mas o jogo continuou igual no início do segundo tempo: apoiado por sua torcida, o time mandante encontrava dificuldades para transpor o bloqueio uruguaio. Até que, aos 11 minutos, Darío Flores cometeu falta dura sobre Elias, recebeu o segundo cartão amarelo e o vermelho em seguida.

Com mais espaço para atacar, o Corinthians finalmente conseguiu virar a partida. Ronaldo tocou para Souza, que consagrou Mano Menezes com uma bela assistência para Elias. O meio-campista finalizou com precisão para balançar as redes aos 24 minutos. A partir de então, não havia mais motivo para preocupação.

Ronaldo e Elias passaram a provocar os uruguaios com dribles desconcertantes. Jucilei, que substituiu Alessandro, aderiu ao estilo de jogo dos seus dois companheiros. A torcida se sentiu à vontade para gritar "olé" durante a troca de passes. A vitória na estreia da competição mais importante para os corintianos, em quase 100 anos de história, estava assegurada.

FICHA TÉCNICA - CORINTHIANS 2 X 1 RACING-URU

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 24 de fevereiro de 2010, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Raúl Orosco (Bolívia)
Assistentes: Jorge Calderón e Juan Arroyo (ambos da Bolívia)
Público: 31.035 pagantes (total de 32.166)
Renda: R$ 2.181.742,00
Cartões amarelos: Jorge Henrique, Ronaldo, Roberto Carlos (Corinthians); Líber Quiñones, Darío Flores, Ignacio Pallas, Héctor Vega (Racing-URU)
Cartão vermelho: Darío Flores (Racing-URU)
Gols: CORINTHIANS: Elias, aos 10 minutos do primeiro tempo e aos 24 minutos do segundo tempo; RACING-URU: Martín Cauteruccio, a 1 minuto do primeiro tempo

CORINTHIANS: Felipe; Alessandro (Jucilei), Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Elias, Tcheco e Jorge Henrique; Defederico (Souza) e Ronaldo
Técnico: Mano Menezes

RACING-URU: Jorge Contreras; Rodrigo Brasesco, Héctor Hernández, Ignacio Pallás e Danny Tejera; Héctor Vega, Santiago Ostolaza, Darío Flores e Matías Mirabaje (Diego Scotti); Martín Cauteruccio e Líber Quiñones (Jean Pierre Barrientos)
Técnico: Juan Verzeri

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