postado em 02/03/2010 17:30
Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (2/3) pelo jornal sul-africano The Mercury pôs à prova os tão alardeados benefícios que o país vai receber por sediar a Copa do Mundo de 2010. De acordo com o documento, os ganhos econômicos não serão tão vistosos e ainda haverá prejuízo com a receita dos ingressos vendidos.
O aviso foi dado pelo pesquisador de Ciências Humanas Udesh Pillay no relatório "Desenvolvimento e sonhos: o legado urbano do Mundial de 2010". O autor não contesta o legado que permanecerá na África do Sul, mas os vê supervalorizados pela Fifa e pela imprensa internacional. Um bom exemplo ocorre na venda de ingressos.
A cem dias do início do Mundial, ainda restam 800 mil entradas à venda para os confrontos. O objetivo da Fifa, de lotar todas as partidas, está sob risco, já que o órgão já admitiu, na última semana, que menos estrangeiros do que o esperado virão ao país africano por conta da recessão internacional.
Além disso, os sul-africanos têm dificuldades para encontrar ingressos a preços acessíveis. "As únicas entradas disponíveis em Durban são para o jogo entre Nigéria e Coreia do Sul, a cerca de 50 euros (cerca de R$ 122 ) cada uma", reclamou uma torcedora local, de acordo com o documento. Tal problema deve aumentar o prejuízo na venda.
O relatório de Udesh Pillay, por outro lado, não deixa de abordar os inegáveis benefícios que a África do Sul terá com o evento, especialmente quanto ao turismo e infraestrutura, embora 150 mil pessoas vão ficar desempregadas - atuam em postos de trabalho temporário. A oportunidade de celebrar a cultura local também foi apontada no estudo.