postado em 05/03/2010 14:48
Exceto por algumas partidas de futebol, a Olimpíada de 2016 estará totalmente concentrada no Rio de Janeiro. Porém, tentando evitar um isolamento com relação ao restante do país, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciou nesta sexta-feira a assinatura de um convênio com a Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da cidade de São Paulo.
A ideia é que a maior cidade do país colabore com a formação de atletas para a disputa, além de receber delegações estrangeiras para o período de aclimatação no país. "O Rio não terá essa oportunidade porque vamos nos preparar para organizarmos os Jogos", afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB e do Comitê Organizador do Rio-2016 (Co-Rio). "Acho que São Paulo tem uma condição extraordinária de fazer este papel. Apresentaremos o elenco de necessidades brevemente", emendou.
O acordo será fechado no próximo dia 11, dias antes do secretário Walter Feldman deixar o cargo devido às eleições. Além da troca de comando na pasta, uma grande dificuldade a ser enfrentada pelos dirigentes é o planejamento das atuações do convênio, que até agora não passam de intenções.
"Este é um convênio guarda-chuva, que vai ser desmembrado em outros adendos e anexos para cada ramo de atividades que vamos trabalhar com a cidade de São Paulo, como as partes de preparação, treinamento, competições, fisiologia do esforço, médica e educacional", comentou Nuzman, sem dar maiores detalhes.
A despeito da imprecisão até o momento, é certo que o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, no Ibirapuera, será bastante utilizado. Nuzman esteve no local durante a manhã e elogiou as instalações. "O objetivo é utilizar todos os segmentos que o esporte tem na cidade. São Paulo tem um parque esportivo magnífico", avaliou.
Feldman ressaltou que o convênio é uma prova de que o país trabalhará em conjunto em prol das primeiras Olimpíadas a serem realizadas na América do Sul. "São Paulo sofre um pouco com a ideia de que é tudo concentrado no Rio. Não há conflito, mas é que temos já um trabalho consolidada, boa parte dos atletas brasileiro vem daqui. Então, foi feito um digagnóstico e a tomamos a decisão de trabalhar juntos", explicou o político.
Diretora do Centro Olímpico, a ex-jogadora de basquete Magic Paula se disse satisfeita, mas lembrou que ainda há um grande desafio até o Rio-2016.
"Essa demanda vem do COB, órgão máximo do esporte olímpico brasileiro. A gente só não pode cada estado achar que tem que montar um projeto olímpico. Temos que ter uma mesma linguagem de todo mundo seguir uma mesma gestão, a que o COB vai nos direcionar", comentou.