postado em 18/03/2010 09:10
De volta aos treinos do Brasiliense desde a última segunda-feira, o atacante Jóbson mostra estar ansioso pelo julgamento de seu recurso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ainda sem data definida para o paraense retornar ao banco dos réus - o Brasiliense vem dando suporte para a pena a ser paga pelo atleta reduzir a punição de dois para um ano por conta dele ter sido flagrado em duas ocasiões no exame antidoping pelo uso de cocaína da maior revelação do clube de Taguatinga conta com a diminuição da suspensão.
"Sinceramente, voltei a treinar porque espero que a pena seja reduzida e eu esteja voando quando isso acontecer. Espero que daqui a uma semana seja julgado e eu possa começar a ter um retorno positivo", vibra o atacante. No entanto, não é só nos treinos que o jovem vem trabalhando. "O mais importante para mim é estar com a cabeça boa. Por isso, todas as sextas-feiras, eu tenho ido fazer tratamento psicológico. Às vezes, a gente pensa que não ajuda, mas está me apoiando e muito na minha recuperação", diz Jóbson, que assumiu ter feito o uso de crack.
O paraense não esconde sua satisfação com o apoio dado pelo Brasiliense. O clube de Taguatinga fechou um novo contrato com o atacante, que vai até 10 de dezembro de 2014. "Os caras estão me ajudando mesmo. Estou bastante feliz com essa história. Mas quando eu estiver liberado, não sei em qual vai ser o clube. O Brasiliense é o mais provável. Mas vai que algum clube lembre do que fiz no último Campeonato Brasileiro e me faça uma proposta? Não tem como eu prever".
Jóbson lembra a boa fase
Na reta final do Brasileiro de 2009, Jóbson carregou o Botafogo nas costas. E o clube da estrela solitária deve muito ao prata da casa do Brasiliense. Em dois jogos cruciais, contra São Paulo e Palmeiras, ele foi o destaque do Alvinegro e foi fundamental no fato dos cariocas não serem rebaixados para a Série B
da competição nacional. "Tenho amigos são-paulinos que até hoje não me perdoam. E sou palmeirense, mas ajudou na saída deles da zona de classificação para a Libertadores", sorri.
Enquanto não pode jogar, Jóbson parece estar trabalhando em outras frentes. Ele trouxe da sua cidade, Conceição do Araguaia, no Pará, dois primos de 17 anos. Wanderson, volante, e Wisley, atacante. "Wanderson vai ser um grande volante. Ele tem boa pegada", faz propaganda Jóbson.
EMPRESÁRIO DOS PRIMOS
Os dois garotos seguem treinando no Dom Pedro. E não escondem a felicidade com a possibilidade de evolução de suas carreiras. "Devemos seguir o futebol dele. A perseverança que o Jóbson sempre mostrou", diz Wisley. "Ele tem nos ajudado muito, mas até mesmo o problema que ele passou serve de exemplo para todos nós. Se ele não tivesse dado esse mole todo, acho que estaria na Seleção Brasileira", aposta.
Wisley, apesar da timidez comum de quem está chegando de uma cidade interiorana, admite ter algumas características parecidas com a de Jóbson. "No futebol, nem tanto. Seria demais, eu falar que sou igual a ele. Mas gosto de falar tudo que vem na minha cabeça", disse, ao lembrar-se de confusões criadas pelo jovem com astros, como Dimba e Iranildo. "O cara ser pego duas vezes no doping é um exemplo para não seguirmos, mas não podemos julgar ninguém. Não sabemos o dia de amanhã".
Mais comedido
Wanderson parece ser mais calmo do que o primo Wisley. Ele não é tão falastrão, mas conseguiu resumir melhor o sentimento da família em Conceição do Araguaia quando soube que Jóbson foi flagrado no antidoping. "Foi uma tristeza muito grande. Todos ficaram espantados porque ele tem um coração imenso. Qualquer dinheirinho que ele recebia, já mandava para ajudar o pessoal lá", acredita.
O futuro volante, elogiado por Jóbson, conta que ele está realmente se cuidando. "Ele ficou desiludido. Mas agora está colocando a cabeça no lugar, voltou a treinar. Com certeza, ele vai dar a volta por cima na carreira. É muito novo ainda", aposta.
Mais um atacante no hexacampeão
Depois do técnico Roberto Fernandes criticar o exagerado número de atacantes no elenco, o Brasiliense anunciou mais um reforço para o restante da temporada: Eduardinho, que estava na equipe pernambucana Cabense, de 27 anos.
Três devem ser dispensados pelo Jacaré.
Início semelhante
» A dupla, Wanderson e Wisley, chegou por intermédio de um outro primo de Jóbson, chamado, Deyvisson. Ele foi quem trouxe Jóbson para o futebol candango. "Cheguei para ficar treinando no Ceilandense em 2006. Até ganhar corpo, me acostumar com o ritmo de jogo. O técnico era o Marquinhos Bahia, e ele me indicou para os juniores do Brasiliense", recorda.