Superesportes

Deputado José Mentor cita violência e diz que não acha radical vetar os combates na TV

postado em 18/03/2010 09:25
Paulo Thiago diz que lutadores se preparam e estão aptos para os combatesAutor do Projeto de Lei nº 5.534/09, que pretende proibir a veiculação de lutas marciais não olímpicas e consideradas violentas na televisão, como o vale-tudo, o deputado José Mentor (PT-SP) se mostrou indignado com as cenas que assistiu do esporte. "Vi propagandas em que um lutador pega o outro e joga no chão de cabeça para baixo. Achei aquilo imprudente, fiquei abismado", revela o parlamentar. Para Mentor, o esporte é "degradante, muito violento" e conta com "proteção mínima" para os atletas. Ele destacou ainda que os praticantes desferem golpes como cotoveladas no rosto e outros enquanto o adversário ainda está no chão. "É desagradável e ainda vemos a molecada repetindo tal violência", comenta. Apesar de pedir o fim de lutas como o vale-tudo na TV, o deputado faz questão de ressaltar que o projeto não pretende prejudicar outros esportes que, mesmo não sendo olímpicos, possuem federações e não são considerados tão violentos. "Vi pessoas do taekwondo reclamando do projeto, mas esportes como esse e a capoeira, por exemplo, não seriam vetados", aponta, lembrando que apenas os considerados violentos sofreriam o veto. Sobre acabar com as transmissões de maneira geral, até mesmo na TV fechada, oem que os fãs pagam para assistir aos eventos, José Mentor é enfático. "Não acho radical. O golpe é que é, pois atinge e machuca", opina ele, fazendo uma comparação. "Só quem queria assistia aos eventos nas arenas de Roma, onde o imperador definia quem vivia e morria. Na época, também era algo aceitável." Deputado José Mentor, autor do projeto sobre o vetoLutador enaltece o esporte Um dos grandes nomes brasileiros no Ultimate Fighting Championship (UFC) - maior evento de vale-tudo do mundo - o brasiliense Paulo Thiago não aprovou o projeto do deputado José Mentor. "Sou totalmente contra. É o esporte que mais cresce no mundo, os brasileiros são ídolos lá fora e ganham muito dinheiro com as lutas. Todo mundo se prepara para aquilo", defende. "Ele não conhece sobre o que está falando, o esporte é um incentivo para quem quer ser atleta." Segundo Paulo Thiago, um exemplo do que o esporte pode fazer pelas pessoas está no Espírito Santo, onde existe o projeto Vem Viver, idealizado pelo senador Magno Malta. "Eles tiram viciados da rua e levam para o esporte. Um dos lutadores formados pelo projeto inclusive já foi campeão por lá", cita. Outro adiamento » Assim como na última semana, a votação do projeto de lei foi retirada da pauta da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados. A expectativa é de que volte para a reunião da próxima quarta-feira, 24 de março. Além dessa, o projeto foi despachado para as comissões de Ciência e tecnologia, Comunicação e Informática e Comunicação e Justiça e de Cidadania. Vale lembrar que o parecer do relator do projeto, deputado Fábio Faria, é pela rejeição.

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