Patrícia Trindade
postado em 19/03/2010 09:25
Rio de Janeiro ; Principal jogador do Vasco desde que chegou ano passado para tirar o time da Série B do Campeonato Brasileiro, o meia Carlos Alberto dificilmente voltará a jogar pela Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca. E, dependendo das atuações do time na Copa do Brasil, que costumam ser muito ruins sem a presença do capitão, o clube corre o risco de até estar eliminado quando ele se recuperar da lesão no tornozelo esquerdo, que deverá tirá-lo dos gramados pelas próximas seis semanas. Se não tivesse sido detectada em tempo, a contusão por estresse e esforço repetitivo poderia ter evoluído para um quadro de fratura e provavelmente o craque só seria visto em campo novamente no Brasileirão.A contusão, que tirou Carlos Alberto do clássico do Flamengo, domingo, pela Taça Rio, começou com um lance aparentemente inocente e sem muita importância há mais de um mês, em 12 de fevereiro, véspera de outro clássico pelo Estadual do Rio, contra o Fluminense, pela semifinal da Taça Guanabara. Durante o tradicional rachão que antecede aos jogos, comandado pelo técnico Vágner Mancini, o capitão levou uma entrada dura do zagueiro reserva Dedé no dorso do pé direito e deixou o campo sentindo dores.
Sua ausência no clássico não foi sequer cogitada, e Carlos Alberto foi para semifinal contra o tricolor sentindo dores. Teve atuação apagada. Na final contra o Botafogo, uma semana depois, o xodó da torcida novamente entrou em campo na base do sacrifício.
Nos dias seguintes, Carlos Alberto foi poupado dos treinos e das partidas contra Volta Redonda e Bangu pela Taça Rio, além dos dois primeiros jogos pela Copa do Brasil contra o Sousa-PB. Mas, as péssimas atuações do time e as vitórias apertadas sobre duas das piores equipes do Estadual (2 x 1 e 2 x 0, respectivamente), recheada de vaias e insultos direcionados a Dodô ; responsabilizado pela perda do título da Taça Guanabara ;, fizeram o capitão retornar na terceira rodada, mesmo sem muito ritmo de treino. Carlos Alberto marcou o gol do triunfo sobre o Boavista, de pênalti, em7 de março, e pode ter sido sua última atuação no Campeonato Carioca.
A semifinal da Taça Rio começa em11 de abril e a decisão dia 18. Mesmo que esteja recuperado até lá, dificilmente Carlos Alberto terá ritmo para ser escalado. A torcida precisa torcer para que o time vença o segundo turno do Estadual sem seu principal jogador, para que ele possa estar em campo na decisão do Carioca contra o Botafogo (campeão da Taça Guanabara e já classificado para a final), em 25 de abril.
Novo patrocinador
; O Vasco tem novo patrocinador. É a empresa Everest, que distribui água de bebedouros e que vai pagar R$ 3 milhões ao ano para estampar a marca Soft na borda da camisa do time. O acerto foi feito num almoço entre representantes da empresa com o presidente Roberto Dinamite e o diretor de marketing Marcos Blanco. Há um mês o clube recusou uma oferta de patrocínio de um banco por R$ 4,5 milhões por ano. A recusa se deve ao fato de o clube estar negociando um patrocínio de R$ 6 milhões ao ano com outra instituição bancária. Esse patrocinador teria sua marca estampada nas mangas da camisa, que estão atualmente disponíveis.
Estatísticas e curiosidades
Dos 16 jogos oficiais feitos pelo Vasco na temporada ; 13 pelo Campeonato Carioca e três pela Copa do Brasil;, Carlos Alberto ficou de fora em nove ; seis pelo Estadual e todos os do torneio nacional. Das sete vezes em que atuou, nem sempre contou com 100% das suas condições físicas.
O que diz o médico
;O edema foi visto em tempo hábil, antes de evoluir para uma fratura por estresse. Já começamos o tratamento, que é de repouso nas duas primeiras semanas. A região precisa ficar parada para se recuperar e o edema diminuir. Depois vamos fazer fisioterapia e trabalho na piscina para fortalecer novamente a muculatura, o que deve levar em média mais quatro semanas;, diz o médico do Vasco que detectou a lesão no exame de sexta-feira, Alexandre Campello.
O que diz o capitão
;Tenho uma limitação significativa no dorso do pé. Depois que eu tive aquela contusão no lance com o (zagueiro) Dedé (em treino em 12 de fevereiro), nunca mais consegui jogar sem dor. Tenho que evitar alguns movimentos, principalmente os chutes. Você acaba defendendo o pé e forçando o outro lado, como a panturrilha esquerda, que vem me incomodando também;, diz Carlos Alberto.