postado em 24/03/2010 17:13
O armador brasileiro Leandrinho Barbosa já pensa no Mundial da Turquia, que acontece em agosto deste ano. Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, o jogador contou que deverá procurar uma equipe para manter a condição física apurada depois do encerramento da temporada da NBA.
O atleta lamentou, ainda, que essa equipe não possa ser o Londrina, onde joga o seu sobrinho, pelo Novo Basquete Brasil. Segundo Leandrinho, o regulamento impediu que ele realizasse o sonho do seu familiar, aliando à ideia de se condicionar para a fortíssima competição mundial de seleções.
"Eu comentei com meu irmão sobre isso, o meu sobrinho está jogando no Londrina, e disse que o time está um pouco fraco. Aí pensei direitinho: Será que não poderia me inscrever ainda?", revelou Leandrinho, que não foi liberado pelo NBB para atuar no Brasil. "Mas com certeza irei procurar um time para treinar para o Mundial", prometeu o brasileiro.
A preparação para o torneio é o foco de Leandrinho. O jogador reconheceu que não treinou adequadamente para o Campeonato Mundial do Japão, em 2006, por ter tido muito tempo de férias. E assumiu a responsabilidade pelo mau desempenho da seleção brasileira.
"Foi uma coisa minha, acho que fiquei muito tempo parado, naquela vez ficamos muito longe dos playoffs. Acho que exagerei no descanso, esperei chegar muito perto dos treinamentos para o Mundial para voltar a jogar e isso me prejudicou. É um campeonato muito forte e se você não treinar antes, não chega bem para jogar", contou o brasileiro, que não tem boas lembranças daquela ocasião, mas prometeu que desta vez todos farão diferente.
"A gente aprendeu com a posição que ficou, o jeito que a gente jogou. Mudaram muitas coisas desde aquela época, e agora com a força do Magnano e do Nenê (que retornará à seleção na competição) vai ser melhor", comentou Leandro, que gostou da conversa que teve com o novo técnico da seleção brasileira.
"A impressão foi muito legal, o melhor de tudo foi a iniciativa da CBB em acompanhar os jogadores estrangeiros. Muitos não sabem como é nosso dia a dia e eles viram como é. O Magnano tem muita experiência na Argentina, em vários campeonatos, e a nossa conversa foi muito boa. Não só comigo, como com os outros jogadores aqui da NBA", falou, referindo-se a Nenê, do Denver Nuggets, e Anderson Varejão, do Cleveland Cavaliers, que também foram visitados pelo argentino.
O brasileiro rebateu, ainda, a ideia de que o elenco poderá ter problemas pelo fato de ter um técnico argentino. "Ele ser argentino, espanhol, pouco importa. Agora ele é brasileiro, está vestindo a camisa brasileira. Estou sabendo que ele vai querer morar no Brasil, e tenho certeza que quando ele enfrentar a Argentina ele vai querer comer com açúcar e sal os argentinos", brincou.
Leandrinho retornou às quadras no último dia 17, após se recuperar de uma lesão no punho direito, a qual precisou de operação. Voltando aos poucos, o armador afirmou que entende a opção momentânea do técnico, que vem escalando-o em poucos minutos por partida, e que a cirurgia não o atrapalhou por conta disso, nem irá atrapalhar o seu desempenho na seleção.
"Foi bom ter tido a cirurgia, não me prejudicou. Valeu a pena porque estava tendo muita dor, e isso não me prejudicará para ir para a seleção. Eu voltei agora, é normal estar jogando poucos minutos, eu entendo isso. Nos playoffs isso deve aumentar, devo jogar mais tempo", explicou o jogador, que, quando perguntado se deixaria os Suns antes para treinar para o Mundial, reforçou que quer atuar o máximo que puder pela equipe que detém os seus direitos.
"Melhor não pensar no Phoenix sair antes, aqui é meu trabalho, meu ganha-pão. Tenho certeza que a gente vai fazer um grande trabalho e o que eu quero é chegar à final, ser campeão. Acabando aqui (a disputa dos playoffs, onde a equipe tem boas chances de se classificar), aí vou ter tempo para me preparar para o mundial, que é muito bem jogado, de muita cabeça e força", contou o brasileiro.
O camisa 10 da equipe do Arizona contou que ainda não está 100%, mas que ainda realiza fisioterapia, e ainda vê diferenças nos dois braços pela inatividade enquanto operado. Apesar disso, considera que lhe falta ritmo de jogo apenas.
"O meu físico eu considero como bom, lógico que eu preciso pegar condicionamento de jogo, porque quando a gente joga cinco contra cinco é diferente, estou mais ou menos e preciso melhorar, acho que é por isso que o meu time ta me poupando. O braço está bom, não está 100%, mas estou me cuidando, fazendo fisioterapia. Mas é normal sentir isso, e ele está voltando ao normal", explicou.