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Comissão Fiscal aponta dívida de R$ 177 milhões no Santos

postado em 24/03/2010 19:02
Os bastidores da Vila Belmiro, que ficaram agitados no final do ano passado com as eleições que marcaram a saída de Marcelo Teixeira do comando e a eleição de Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro como presidente do Santos, vão ficar movimentados novamente. Isto porque, a Comissão Fiscal do Peixe está recomendando, aos conselheiros do clube, que rejeitem o Balanço Patrimonial de 2009 do Alvinegro Praiano, em reunião do Conselho Deliberativo, que será realizada na noite desta quinta-feira, na sede do clube. Dentre vários pontos, a Comissão Fiscal apontou uma dívida de R$ 177 milhões, problemas referentes a impostos, além de questionar a relação da diretoria passada com a DIS, empresa ligada ao grupo Sondas, antigo parceiro santista. Segundo matéria publicada nesta quarta pelo jornal A Tribuna, o órgão fiscalizador apresenta em seu relatório que o Santos irá deixar de ganhar milhões com a venda de seus principais jogadores, casos do meia Paulo Henrique, dos atacantes Neymar e André, dentre outros, todos com parte de seus direitos econômicos pertencentes ao DIS. "Entre 2008 e 2009 o Santos vendeu 25% dos direitos econômicos de sete atletas da base (incluindo Paulo Henrique Ganso, Neymar e André) pelo valor de R$ 3,2 milhões ou R$ 457,5 mil por jogador. A multa contratual desses atletas, na época, girava em torno de 185 milhões de euros (R$ 481 milhões, utilizando o câmbio da época). Ou seja, 25% proporcionais da aquisição representariam 46,2 milhões de euros (R$ 120,2 milhões). A empresa adquiriu 25% dos direitos pagando, na verdade, 2,70% sobre o que eles valem conforme a multa contratual", conta o relatório da Comissão Fiscal, que também investigou o caso Rodrigo Tabata. O meia, bicampeão paulista pelo Peixe, em 2006 e 2007, foi emprestado em 2008 ao Gaziantepspor (Turquia), sendo vendido, no ano passado, ao Besiktas. De acordo com o relatório, os alvinegros deixaram de lucrar US$ 4,7 milhões com a transação de Tabata, em definitivo. Se por um lado a Comissão Fiscal aponta falhas na administração anterior, do outro, o ex-presidente Marcelo Teixeira rebateu, acusando o órgão de revanchismo. O ex-mandatário também questionou o fato de conselheiros não terem tido a chance de analisar os relatórios antes da reunião desta quinta. "Afinal de contas, quais segredos podem conter um parecer dos atuais membros da Comissão Fiscal a não ser o propósito político de tentar desvalorizar nosso vitorioso trabalho, uma vez que eles contrariam o parecer favorável da auditoria independente - esta sim composta por profissionais capacitados para realizar uma avaliação técnica desprovida de intenções políticas. Ao alterar conceitos numéricos e induzir a falsos entendimentos, a atual gestão insistentemente tenta induzir a erro e manchar uma administração competente e honesta, cujos resultados estão à vista de todos e no grande patrimônio legado", concluiu Teixeira.

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