postado em 29/03/2010 15:18
A safra de resultados ruins chegou antes para o Inter nesta temporada. O março de 2010 é o junho de 2009. Época em que os dirigentes precisam tomar decisões importantes. Dias em que o treinador, sempre balançando, precisa engolir seco a cada gol sofrido e ter a angústia como a pior e a mais presente das companheiras. Jogos em que os jogadores pouco acertam e muito erram. Período importante em competições cujo planejamento foi desenvolvido em volta delas. Tempos em que é difícil comemorar uma vitória, por mais mirrada que seja.
No domingo, ao perder pela segunda vez seguida, o técnico Jorge Fossati viu a navalha chegar cada vez mais próxima para degolá-lo. Seu emprego está em uma bandeja, pronta para ser servida a outro treinador. São seis jogos sem vitória em que o ataque não funciona e a defesa não segura nada. Somente uma vitória sobre o Cerro, na quarta-feira, o mantém no clube.
"Temos que redobrar o que está sendo feito. Ninguém vai nos derrubar", gritou Fernando Carvalho no vestiário para os jogadores após a derrota por 2 x 0 para o Caxias. Após a partida o dirigente fez questão de parcelar a responsabilidade entre direção, jogadores e comissão técnica.
Pelo segundo ano consecutivo, o Inter chega próximo a confrontos decisivos com um desempenho bem abaixo do esperado. Em 2009, a má fase coincidiu com as decisões da Copa do Brasil e da Recopa Sul-americana. Agora, não há shows de imagens em DVD, apresentando um dossiê com supostos erros de arbitragem contra os colorados para os dirigentes desviarem o foco.
Junho de 2009 foi um terror. Por pouco o mês não passou sem vitória. Ela ocorreu somente da última partida em um 3 a 0 sobre o Coritiba. Antes disso, foram dois empates e quatro derrotas do time de Tite. Um aproveitamento de 23.8%.
Menos de 365 dias depois, a situação é parecida. Em março são duas vitórias, ambas no começo do mês, quatro empates e duas derrotas. O rendimento é melhor, 41.6%, porém, a situação de Fossati é mais delicada.
"Nos últimos resultados, mais especificamente as duas derrotas, e os dois últimos empates, a diferença é a confiança e a tranquilidade", tentou explicar o treinador.
Nessa época do ano, Tite tinha uma equipe que empilhava goleadas, em um futebol rápido e envolvente, levando à conquista do Gauchão sem uma derrota sequer. O uruguaio Ainda não vez o time apresentar um futebol digno, podendo cair na primeira fase na Libertadores e não avançar no Estadual.
"Nosso jogo é o jogo de quarta-feira. Definimos a prioridade pela Libertadores já no ano passado", declarou o presidente Vitorio Piffero, desdenhando do Gauchão. "O Fossati conhece o futebol Sul-Americano. É para isso que ele veio. E essa é a disputa que nos interessa. Nosso foco é a Libertadores", afirmou, mantendo a postura prepotente. Quarta-feira, contra o Cerro, será tudo ou nada no último dia do terrível mês de março para os colorados.