postado em 30/03/2010 08:15
Hoje é o último dia para o Governo do Distrito Federal assinar o contrato de aproximadamente R$ 2 milhões que compra a realização da etapa de abertura do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, marcada para acontecer de 20 a 25 de abril, como um dos itens das comemorações dos 50 anos de Brasília. Caso isso não aconteça, os responsáveis pelo evento indicarão a cidade substituta, que, segundo os organizadores, já está sob análise, conforme publicou o Correio na última sexta-feira. "Pensamos em cidades litorâneas, pois não teríamos gastos com areia. Já vimos a viabilização da parte logística, como hotel, por exemplo", explica Ricardo Brendt, diretor-geral da empresa RB2, uma das promotoras da etapa.Uma redução de cerca de 50% na verba destinada ao pagamento das comemorações do aniversário da cidade - passou de R$ 20 milhões para cerca de R$ 10 milhões, provocada pela crise política no DF desde a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, seria a principal causa por essa indefinição quanto à realização do evento, considerado o mais importante da modalidade.
Responsável pelos eventos comemorativos do aniversário da cidade, a BrasiliaTur afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que procurou o governador Wilson Lima e ele garantiu que a capital será sede da etapa de abertura do torneio. No entanto, o Palácio do Buriti nega que a BrasiliaTur tenha se manifestado sobre o assunto nos últimos dias e afirma que o governo já fechou o cronograma da festa. Hoje, haverá uma reunião de técnicos da BrasiliaTur com o secretário de Fazenda, André Clemente, para detalhar a programação do evento e verificar a disponibilidade orçamentária para a realização.
Outras sedes em vista
Enquanto não há definição, os organizadores da etapa correm contra o tempo prevendo que o pior aconteça. "Estamos bastante adiantados com outras cidades. Estamos vendo parte de custos. Já temos várias possibilidades", disse Ricardo Brendt. Mas apesar de ter algumas alternativas em vista para sediar a etapa, ele admite a torcida para Brasília continuar recebendo os jogos. "Não acho que será necessário mudarmos. Pelo que ouvi nos bastidores, o contrato deve acontecer. Mas a gente continua na mesma posição de sexta-feira: se não tiver uma oficialização, não dá para manter", ponderou.
Os boatos, segundo Ricardo, é de que a cúpula destinada para decidir o futuro das festividades deve se reunir hoje para assinar o contrato. "Não é nada oficial. Mas fiquei sabendo que eles se encontrariam hoje. Amanhã (hoje) de manhã, vou entrar em contato para saber se já têm alguma posição. Mas nosso prazo final é à tarde. Precisamos começar a montar a estrutura", argumentou.
O número
R$ 2 milhões
Valor dos direitos de compra para realização da etapa de abertura do Circuito Mundial de Vôlei de Praia
ENTENDA O CASO
Credibilidade em xeque
Desde quinta-feira, o descarregamento de caminhões de areia na Esplanada dos Ministérios foi suspenso, já que o prazo para assinar o contrato estava perto do fim e os organizadores precisavam de uma certeza de que o evento iria acontecer. Dos 100 caminhões previstos, apenas 30 deixaram o material no local. O investimento seria de R$ 200 mil.
Na manhã de ontem, uma reunião entre João Oliveira, diretor da BrasiliaTur, e Hébert Félix, secretário de Esportes, demonstrou a preocupação diante de uma situação que, se confirmada, pode colocar em xeque a credibilidade da cidade, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.