postado em 30/03/2010 21:53
Um dos pontos mais polêmicos do relatório feito pela Comissão Fiscal do Santos, que reprovou o balanço patrimonial do clube referente ao ano passado - a antiga diretoria apresentou a sua defesa nesta terça-feira -, foi esclarecido pelo ex-presidente Marcelo Teixeira. O ex-dirigente confirmou que o Gaziantepspor (Turquia) não pagou a quantia para a compra dos direitos econômicos e federativos de Rodrigo Tabata. Portanto, o jogador não poderia ter sido negociado com o Besiktas, também da Turquia, por 8 milhões de euros."O Santos ainda possui os direitos econômicos do Tabata. Quando o atleta foi emprestado, nós não recebemos a totalidade do (US$ 500 mil) em relação aos 50% pertencentes ao clube. Isto porque, tínhamos juros e multas referentes aos atrasos no quitamento das (três) parcelas do empréstimo. Não recebemos esses valores. O time turco pagou 50% ao Goiás (dono da outra metade dos direitos do meio-campista), mas o Santos não recebeu porque não aceitava os valores que eles queriam nos pagar. Mesmo assim, ele foi repassado a outra equipe, infringindo a lei, com uma irregularidade ainda mais grave", explicou Teixeira à Rádio Globo.
Segundo o antigo mandatário santista, o Peixe deve ir atrás de seus direitos, pois ainda tem dinheiro a receber, por conta da ida de Tabata para o Besiktas. "O Santos tem que reivindicar duas situações: em um primeiro momento, receber a última parcela referente ao empréstimo. Depois, a situação envolvendo a venda para um terceiro (o Besiktas), que, no caso, tem um jogador atuando irregularmente no seu plantel. Tanto que no BID (Boletim Informativo Diário, da CBF), ele pertence ao Santos. Isso prova que o Rodrigo Tabata está registrado no Santos e que os direitos econômicos pertencem ao clube", destacou.
Marcelo Teixeira ainda completou dizendo que cabe à atual cúpula alvinegra entrar em contato com o Gaziantepspor para tentar solucionar o problema. Caso isso não aconteça, os santistas podem apelar à Federação Turca de Futebol ou a Fifa, para receber o dinheiro relativo à transferência do meia, bicampeão paulista em 2006 e 2007, para o Besiktas.
"Cabe à atual diretoria procurar resguardar os direitos do Santos. O clube turco (Gaziantepspor) nunca poderia ter repassado os direitos do atleta a outro time. O Santos pode, inclusive, entrar com uma ação junto à Fifa, porque os turcos (da federação nacional) não poderiam ter deixado ele se transferir para outra equipe do país, antes do Santos autorizar a transação. Eles (Gaziantepspor) podem até receber uma multa por infringir o regulamento de transferências da Fifa", finalizou Teixeira.