postado em 02/04/2010 21:25
O técnico Dorival Júnior falou, mais uma vez nesta sexta-feira, após o treinamento do Santos, no CT Rei Pelé, sobre a polêmica envolvendo boa parte do elenco, que se negou a entrar no Lar Mensageiros da Luz, que cuida de pessoas com paralisia cerebral e outras deficiências, para a entrega de 600 ovos de Páscoa. Ao contrário da última quinta, o treinador admitiu que a decisão foi tomada por razões de cunho religioso.
Novamente, o treinador se mostrou constrangido ao comentar o assunto, porém, destacou que não concordou com a atitude dos jogadores. "Aquela situação não agrada ninguém e não poderia ser diferente comigo. Tenho que respeitar a posição e a opinião de cada um, mas deixei bem claro que se tratava de uma atividade paralela do clube, onde toda a equipe teria de estar presente. No entanto, eles não seriam obrigados a entrar. Só que, independentemente do lado religioso, tratava-se de uma visita fraterna, onde eles nos ensinam mais do que damos em troca", comentou.
Segundo Dorival, o objetivo da visita era conhecer e divulgar o trabalho da entidade, que têm dificuldades para se manter ativa, devido ao alto custo dos equipamentos e da equipe de profissionais, que ali trabalham.
"A intenção da diretoria era mostrar as dificuldades com as quais uma casa de fraternidade trabalha. E, mesmo assim, eles conseguem manter um número ímpar de voluntários, pessoas do bem, que procuram ajudar ao próximo. Por isso, digo que respeito a posição dos atletas, mas não comungo com essa postura. Acho que a palavra respeito a posição deles diz tudo o que eu penso sobre essa situação", ponderou.
Para o comandante alvinegro, o aspecto religioso deveria ter sido deixado de lado naquele momento. "Deixei a caráter deles, se achassem conveniente, entrar. Independentemente se a casa era espírita, católica ou protestante, estávamos ali para mostrar o trabalho da instituição, que a maioria da população santista não conhece. Logicamente, desta forma, é difícil entender a posição dos jogadores, entretanto, sempre vou respeitá-los", disse.
Ainda sobre esse episódio, Dorival Júnior, ao ser indagado se poderiam existir outras razões para que o grupo - que tinha Robinho, Léo, Fábio Costa, Paulo Henrique, Neymar, André, dentre outros - tivesse se recusado a visitar a entidade, como um possível atraso de direito de imagem dos jogadores, o técnico tratou de negar veementemente essa possibilidade.
"Não acredito que haja outro motivo. Até porque, até hoje, o Santos tem cumprido com tudo aquilo que foi prometido. O problema aconteceu muito mais pelo lado religioso do que outra condição", concluiu.