Superesportes

Botafogo quer fazer a festa no domingo

O público decepcionou durante todo o Estadual. Mas na final da Taça Rio, entre Botafogo e Flamengo, a promessa é de Maracanã lotado. Somente ontem, foram vendidos mais de 30 mil ingressos

Patrícia Trindade
postado em 16/04/2010 08:31
Rio de Janeiro ; Joel Santana jogou a toalha: admitiu com todas as letras que a arma do Botafogo na final da Taça Rio, contra o Flamengo, domingo, às 16h, no Maracanã, será a mesma que ele adotou até agora no Estadual: o jogo aéreo. Afinal, tem dado certo. Com seu ;samba de uma nota só; e um jogo considerado previsível pelos adversários, o treinador levou o Glorioso ao título da Taça Guanabara e tem a chance de comemorar o Campeonato Carioca antecipadamente, eliminando os confrontos de ida e volta da decisão que reúne os campeões dos dois turnos. ;É lá mesmo, é lá mesmo;, gritava Joel no meio-campo, insistindo para Alessandro cruzar para a área. ;Bota no feijão, meu filho. Chegou na frente, levanta a cabeça, olha e joga lá dentro (da área). Não tem mistério;, esbravejava o treinador.

Se não houve mistério no treino de ataque, o segredo foi a tônica do coletivo e da cobrança de pênaltis, atividades que só foram realizadas depois que a imprensa foi retirada do gramado do Engenhão. Joel já sabe que seu jogo aéreo não é novidade para ninguém. Mas quer surpreender o setor ofensivo rubro-negro com uma forte marcação e melhorando a saída de bola, um dos maiores problemas da equipe na virada sobre o Fluminense, por 3 x 2, sábado, pelas semifinais.

O meia Túlio Souza deve ser mantido no lugar de Lúcio Flávio, que recupera-se de uma cirurgia na mão direita. Marcelo Cordeiro terminou o coletivo entre os titulares, mas não é presença certa. Considerado um dos articuladores do ataque alvinegro, o jogador ficou de fora da semifinal contra o Fluminense, sendo que, até então, Joel não tinha dado mostras de que iria sacá-lo do time. A notícia de que ficaria no banco foi dada minutos antes do clássico, durante a preleção, no vestiário. O volante Somália jogou improvisado na lateral e agradou ao treinador.

Joel deve preparar o Alvinegro com duas possibilidades de esquema tático para o jogo de domingo. Vai encarar o Flamengo com o 3-5-2 mais defensivo, com os alas jogando atrás da linha do jogador de criação, preocupados em não levar bola nas costas dos velozes Juan e Léo Moura. Ou com uma outra alternativa, descoberta por Joel, no segundo tempo do jogo contra o Fluminense, o 4-4-3, com Caio no lugar de um meio-campista, possivelmente o segundo volante. Nessa formação, Fahel volta à sua posição de origem, no meio, a equipe se fecha com dois zagueiros e os laterais abandonam a tarefa de apoiar.

Arma silenciosa

Outra arma silenciosa de Joel Santana é a humildade. O treinador sabe que tem um time de poucos recursos nas mãos e joga de forma pragmática, calculando os riscos. E por isso não inventa e proibe que os jogadores saiam do que foi combinado. Contra o favorito Flamengo, tricampeão estadual, campeão brasileiro e dono do elenco mais caro do Campeonato Carioca, deve repetir a atitude que deu certo em outros clássicos e deixar o rival tomar a iniciativa do jogo, pressionado pela torcida, maioria na arquibancada, e pelo mau momento criado pela iminente eliminação da Copa Libertadores ainda na primeira fase.


Mistério


Quando a imprensa teve acesso ao treino do Engenhão, ontem, no fim do coletivo, o Botafogo tinha a seguinte escalação: Jefferson, Fahel, Antônio Carlos e Fábio Ferreira; Alessandro, Leandro Guerreiro, Túlio Souza, Renato e Marcelo Cordeiro; Herrera e Loco Abreu. Edno sofreu uma pancada no joelho esquerdo durante o treinamento, foi poupado e passou a usar uma bolsa de gelo no local.


Saiba mais


As cadeiras especiais, que custam R$ 50, já se esgotaram. Restam apenas ingressos de arquibancada (R$ 30) e cadeira de setor (R$ 150).

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação