postado em 16/04/2010 13:02
Diante das crescentes críticas e denúncias sobre a maneira como a arbitragem é conduzida e sorteada no Campeonato Estadual pela Federação Mineira de Futebol, o Ministério Público decidiu acatar pedido da diretoria do Ipatinga e iniciar uma investigação para averiguar possível fraude.
"Como torcedor número um do Ipatinga, usei o artigo n°30 do Estatuto do Torcedor para solicitar ao Ministério Público que sejam feitas as investigações necessárias na arbitragem mineira, de acordo com o que foi veiculado na imprensa", disse Itair Machado, presidente do Ipatinga, ao site Uai.
Itair tomou tal atitude em função, segundo ele, "das várias denúncias". Uma é em relação à acusação do jornalista Jaeci Carvalho, do jornal Estado de Minas, que afirmou, em sua coluna, que o técnico do Atlético, Wanderley Luxemburgo, estaria interferindo na escala realizada pela comissão de arbitragem da Federação. O treinador desmentiu as denúncias e pediu provas.
"Sou aberto às críticas, não tem problema em analisar meu trabalho se está bom ou ruim, mas, a partir do momento que coloca sob suspeita a minha conduta, aí eu tenho de falar, porque a irresponsabilidade não pode existir. Não se pode falar de uma pessoa sem provas. Quem sou eu para ter influência no futebol mineiro, para ter condição de escalar árbitro no futebol mineiro, qual o interesse e porque saiu isso", disse Luxemburgo.
Esta foi uma das reclamações do presidente do Ipatinga. "Eu estava inseguro devido a várias denúncias e pedi a troca dos árbitros para a semifinal. Mas o Paulo Schetino disse que não podia mais alterar a escala de árbitros. O problema é que ele fez o sorteio sem comunicar os clubes, pelo menos, não o meu clube", afirmou Itair Machado, que solicitou o afastamento de Jurandy Gama Filho da presidência da comissão de arbitragem e do diretor administrativo Alexandre Paolucci.
O Ministério Público, através do promotor José Antônio Baeta de Mello Cançado, disse que vai analisar a solicitação apresentada pelo Ipatinga e tomará as medidas necessárias, como uma possível investigação.
"A lei diz que é direito do consumidor que a arbitragem dos eventos esportivos seja imparcial, transparente e insuspeita. Então nós vamos analisar e autuar esse expediente que foi encaminhado e, se for o caso, vamos pedir impugnação em caráter de urgência para a Federação Mineira de Futebol para ver como se procede o sorteio dos árbitros em Minas Gerais", explicou o promotor à Rádio Itatiaia.