postado em 17/04/2010 11:32
Um dia após o jogo contra o Atlético-PR, Danilo se viu obrigado a dizer que não era bandido. O zagueiro do Palmeiras prestou esclarecimentos sobre a acusação de injúria por racismo e, ao chegar à Academia de Futebol na tarde de sexta-feira, deparou-se com dezenas de jornalistas, câmeras e flashes.
"Sou jogador de futebol, e essas coisas a gente vê na televisão, com motolink seguindo carro. Foi o que ouvi na delegacia: que estavam lá para prender bandido, não por palavreado hostil dentro de gramado", lamentou o defensor. "Não sou esse jogador racista e polêmico, como todo o mundo está criando".
O palmeirense é acusado pelo zagueiro Manoel, do Atlético-PR, de ter dito que ele era um "macaco do c...". Fora isso, imagens de televisão flagraram Danilo acertando uma cusparada no rosto do adversário, que antes o havia dado uma cabeçada. Por conta de tudo isso, o caso ganhou enorme proporção.
Proporção que tirou o foco até mesmo da boa vitória do Palmeiras no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil contra os curitibanos, no Palestra Itália. A entrevista coletiva de Danilo era tão esperada na sexta-feira que um treinamento entre reservas e juniores do clube foi relegado a segundo plano.
Além de enfrentar a opinião pública, o atleta de 25 anos deu explicações aos próprios familiares. "É difícil, não é? Principalmente com minha filha, que estava no jogo e tem sete anos. Ver na televisão o pai cuspindo na cara de outro homem... Expliquei a ela, meu filho é mais novo e não sabe", contou.
Passados o arrependimento e as desculpas públicas, Danilo agora terá pela frente dois difíceis julgamentos. Na esfera esportiva, o zagueiro pode pegar até 22 jogos de suspensão. Na justiça comum, o pai de família poderá ser indiciado em artigo com pena prevista de um a três anos de reclusão.