postado em 27/04/2010 09:15
Classificado para as semifinais do Novo Basquete Brasil (NBB), o Universo se deu ao luxo de folgar em plena segunda-feira. Isso porque os brasilienses só voltam a entrar em quadra na próxima terça-feira, daqui a uma semana. Depois de eliminar Bauru por 3 x 0 nas quartas de final, o time do DF descobriu ontem quem será seu adversário por um lugar em mais uma final do campeonato nacional: o Minas. Com a vitória do Flamengo sobre São José, por 95 x 91, ontem, os confrontos ficaram definidos. Enquanto os candangos pegam os mineiros, os cariocas decidem quem será o outro finalista contra Franca.E se teve uma série tranquila contra Bauru, o time do técnico Lula Ferreira sabe que não deverá encontrar facilidade alguma diante do Minas, 4; colocado na fase de classificação. A equipe do técnico Flávio Davis foi a única que impôs uma derrota aos brasilienses em pleno Ginásio da Asceb. O jogo em questão foi em 12 de março, e os mineiros passearam em quadra, vencendo por incríveis 96 x 77. "Foi atípico porque nós não incomodamos, eles dominaram do começo ao fim. Mas os jogos da fase de classificação não têm nada a ver com os playoffs, é diferente", lembrou Lula.
Do outro lado, Flávio Davis, comandante do Minas, concordou com o colega de profissão. "É muito diferente agora. Estamos nos preparando para enfrentar a equipe que, na minha opinião, tem os melhores jogadores e o melhor técnico do Brasil", elogiou o treinador, em conversa por telefone ao Correio. Questionado sobre o que fazer para parar os brasilienses e seus contra-ataques, Davis não fez mistério. "Só vamos ganhar se jogarmos com inteligência e coletivamente. Também precisamos de atitude, temos que acreditar que a vitória é possível."
Elogios
E se Davis rasgou elogios ao adversário, Lula fez o mesmo sobre o Minas. Segundo o comandante candango, a equipe, ao lado do próprio Universo e do Flamengo, foi montada para ser campeã. "Eles têm um potencial muito grande. Contam com dois jogadores estrangeiros (Sucatzky e Jeff), além do Murilo(1), do Luiz Felipe e do William Drudi. É um time bem composto", elogia, destacando a força do garrafão mineiro. "O Murilo e o Drudi funcionam bem juntos. São jogadores que marcam bem, são fortes e bons reboteiros", destaca, sem se esquecer do argentino Sucatzky. "O time joga todo em função dele, que é quem organiza o time."
1 - Em recuperação
Cestinha do Minas na fase de classificação com média de 18,73 pontos por jogo, o pivô Murilo é uma preocupação para os mineiros. Ele sofreu uma torção no tornozelo na disputa do Torneio Interligas e ainda não está 100% recuperado. Prova disso é que ele marcou apenas 11,33 pontos por partida na série contra Pinheiros pelas quartas de final.
OLHO NELE
Segundo Lula Ferreira, os jogos de playoff são os momentos em que os grandes jogadores sobem um degrau em relação ao próprio desempenho dentro de quadra. E se o Minas perdeu força com a lesão de Murilo, o ala-pivô William Drudi tratou de suprir a ausência dele. Ele terminou a fase de classificação com média de 16,31 pontos por jogo, segundo melhor entre os mineiros. Na série contra o Pinheiros, ele foi o pontuador mais regular da equipe, aumentando o número para 18 pontos por partida. Mesmo se Murilo voltar 100%, os brasilienses terão que prestar atenção em Drudi.
"O Arthur é um jogador de altíssimo valor, e quando o time joga coletivamente, ajuda os jogadores individualmente"
Lula Ferreira, técnico do Universo
Calendário
; Jogo 1 - em Belo Horizonte
4/5, às 19h - Minas x Universo
; Jogo 2 - em Brasília
7/5, às 19h - Universo x Minas
; Jogo 3 - em Brasília
8/5, às 22h - Universo x Minas
; Jogo 4 - em Belo Horizonte*
11/5, às 19h - Minas x Universo
; Jogo 5 - em Brasília*
14/5, às 19h - Universo x Minas
*Se necessário
Arthur vira estrela
Entre os mais badalados jogadores do Universo estão Guilherme Giovannoni, o capitão Alex, Valtinho, Nezinho e Estevam. Mas quem cavou um lugar entre os titulares e, sem muito alarde, foi fundamental para os brasilienses contra Bauru foi o candango Arthur. O jogador é o melhor exemplo de atletas que crescem na hora decisiva. A melhora dele nas quartas de final, por sinal, foi assustadora.
Em média de 21 minutos por jogo na primeira fase, ele contribui com 13,04 pontos por confronto, com ótimo aproveitamento de 63,13%, de longe o melhor da equipe. Nos três jogos contra Bauru, Arthur conseguiu se superar. Ele atuou uma média de 26,7 minutos e marcou nada menos do que 57 pontos contra os paulistas, apenas um a menos do que Guilherme, cestinha da equipe.
Melhor do que isso, Arthur elevou o percentual de aproveitamento para 74,03, ficando atrás apenas do pivô Estevam, com 81,4%, que joga mais próximo à cesta. Fazendo a média, o ala anotou 19 pontos por jogo contra Bauru, com destaque para a atuação do último sábado, quando foi o cestinha do time com 28 tentos. ;O Arthur é um jogador de altíssimo valor e categoria, e quando o time joga coletivamente, ajuda os jogadores individualmente. Ele teve todos os méritos por concluir as jogadas que o time criou;, apontou o técnico Lula Ferreira.
O ADVERSÁRIO
A arma mineira
O Minas tem um elenco de respeito, mas, a exemplo de Bauru, tem como foco principal seu armador, o argentino Sucatzky. Aos 37 anos, o veterano liderou o NBB em número de assistências na fase de classificação com incríveis 8,96 passes certeiros por partida. Além de ser o cérebro do time dentro de quadra, ele contribui fazendo cestas. Praticamente sem diminuir a efetividade na distribuição das jogadas, Sucatzky aumentou sua média de pontos da primeira fase para as quartas de final (11,65 por jogo para 12,67)