postado em 27/04/2010 09:23
Em maio do ano passado, Bruno Soares se tornou o terceiro melhor brasileiro em toda a história do ranking de duplas da ATP, o que não bastou para garantir seu retorno à Copa Davis. Parceiro de Marcelo Melo desde o começo de 2010 e convocado por João Zwetsch para encarar o Uruguai entre os dias 7 e 9 de maio, ele lembra a grave lesão que superou em 2006 e prevê dificuldades no saibro de Bauru.
"Acho que essa convocação é muito legal para mim. Depois de tudo que passei com a lesão e para voltar a jogar, essa oportunidade de disputar novamente a Copa Davis me motiva a seguir trabalhando duro e buscando meus objetivos", disse o tenista de 28 anos, que correu risco de encerrar a carreira após sofrer um problema sério no joelho.
Bruno Soares disputou a Copa Davis pela única vez em março de 2005, quando o Brasil bateu a Colômbia por 5 a 0 no saibro de Bogotá. Ele venceu o jogo de simples diante de Sergio Ramirez e ganhou em duplas de Pablo Gonzalez e Michael Quintero ao lado de André Sá.
Parceiros durante dois anos e meio, Marcelo Melo e André Sá defenderam a equipe nacional na Copa Davis nas últimas quatro séries com um retrospecto de três vitórias e uma derrota. Para Bruno Soares, a preferência pela antiga dupla nas temporadas de 2008 e 2009 era natural.
"Por mais que eu tivesse um melhor ranking, eles estavam jogando juntos. Então, fica complicado separar uma dupla que já vem entrosada", afirmou. Dono do 14º posto na lista divulgada pela ATP no dia 4 de maio de 2009, ele foi superado em toda a história apenas por Cássio Mota (4º em 1983) e Carlos Kirmayr (6º em 1983).
Uma vez com Marcelo Melo, Soares previa a convocação. "De certa forma, já esperava. Acho que é um processo natural. Como estamos jogando juntos é mais normal nos convocar, mas acho que nada impede uma outra convocação da próxima vez. O importante é levar a melhor dupla no momento", declarou o atual 23º do mundo.
Em 2010, André Sá passou a atuar ao lado do romeno Horia Tecau. Depois de jogar quatro torneios da ATP, a parceria ainda busca a primeira vitória. Já Marcelo Melo e Bruno Soares ficaram com o vice-campeonato de Auckland logo em janeiro, mas desde então caíram na primeira rodada de seis dos nove campeonatos que disputaram.
Convocados pelo capitão Enrique Perez Cassarino para o duelo com o Brasil ao lado de Martin Cuevas e Ariel Behar, Pablo Cuevas e Marcel Felder formaram a dupla uruguaia nos últimos confrontos. Com seis vitórias e uma derrota, eles compõem a melhor parceria da história do país no torneio.
"Com certeza, eles podem complicar. O Cuevas é um grande jogador de simples (é o 56º do ranking) e de duplas (foi o 14º do ranking em abril de 2009, é o atual 44º e tem quatro títulos). Já o Felder sempre dá trabalho, ele é um grande lutador e isso na Copa Davis vale muito", disse Bruno Soares.
Principal jogador uruguaio, Pablo Cuevas não traz boas lembranças ao brasileiro. Ao lado do peruano Luis Horna, ele eliminou Bruno Soares e o sérvio Dusan Vemic na semifinal de Roland Garros-2008 com parciais de 6/4, 6/7 (6-8) e 7/6 (8-6). Na decisão, bateu o canadense Daniel Nestor e o sérvio Nenad Zimonjic.
O Brasil está fora da elite da Copa Davis desde 2003. Nos últimos quatro anos, perdeu nos playoffs do Grupo Mundial contra Equador, Croácia, Áustria e Suécia. Se passar pelo Uruguai na série que marca a estreia de João Zwetsch como capitão, o time nacional tenta retornar novamente.
Em Bauru, os dois países se encontram pela nona vez na competição. O Brasil tem sete vitórias, seis consecutivas, e perdeu pela única vez em 1978. No último encontro, realizado em Montevidéu no mês de setembro de 2005, os anfitriões caíram por 3 a 2. Sem sucesso, os uruguaios disputaram os playoffs do Grupo Mundial em 1990, 1992 e 1994.