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Transição de eras como marca

Seleção desembarca na França para o Mundial. Time atravessa fase de renovação, com estreantes e novos costumes

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 06/06/2019 04:06
A lateral-direita Tamires (D) é a única mãe no grupo da Seleção Brasileira: equipe chegou ontem à França



Paris ; A três dias da estreia na Copa do Mundo da França, contra a Jamaica, no próximo domingo, em Grenoble, a Seleção Brasileira feminina de futebol ainda ressente as mudanças no elenco que foi obrigada a fazer. Desde que Vadão convocou a equipe para o Mundial, em 16 de maio, o técnico teve de quebrar a cabeça para substituir duas jogadoras que se lesionaram. Apesar das alterações de última hora, a cara do time não mudou muito. O grupo conta com as veteranas Marta, Formiga e Cristiane, além de 12 jogadoras que disputaram uma Copa, mas tem também oito estreantes na competição.

Desde a caçulinha Geyse, com 21 anos, até Formiga, com incríveis 41, todas compartilham a mesma história ao contar como começaram a jogar futebol: no meio dos meninos. O esforço delas, porém, parece, enfim, surtir resultados. Neste Mundial, elas ganharam uniforme exclusivo para disputar uma Copa do Mundo pela primeira vez na história. Também foi o primeiro ano em que a Seleção Brasileira feminina teve período de aclimatação antes do torneio, feito na cidade portuguesa de Portimão.

Entre as estreantes com a camisa verde e amarela em um Mundial, cinco atuam no futebol europeu. A goleira Aline joga no UDG Tenerife, na Espanha; Letícia Santos, no SC Sand, na Alemanha; as atacantes Geyse e Ludmila defendem o Benfica, de Portugal e o Atlético de Madrid, da Espanha, respectivamente. A zagueira Kathellen conhece bem as anfitriãs, pois atua no clube francês FC des Girondins, de Bordeaux.

O restante das estreantes também joga fora do Brasil. Camilinha é parceira de Marta no Orlando Pride, nos EUA, enquanto Debinha ganha a vida como atacante do North Carolina Courage. A meia Luana é a novata que atua mais longe do país. A jogadora do Jeonbuk KSPO, da Coreia do Sul, chegou para compor o elenco aos 45 minutos do segundo tempo, ocupando vaga que era de Adriana.

Apesar das inúmeras estreias em um Mundial, talvez o caso mais simbólico de renovação na Seleção seja protagonizado por Tamires, que se tornou mãe aos 21 anos, após uma gravidez inesperada. É o único caso de maternidade no grupo brasileiro. Antes de conseguir conciliar a carreira de jogadora com a de mãe do Bernardo, que hoje tem 9 anos, a lateral esquerda precisou abdicar do sonho nos gramados para acompanhar o marido César, que também é jogador de futebol. Os desafios da jornada dupla, porém, não a impediram de voltar aos campos. Aos 31 anos, a atleta do Fortuna Hjorring, da Dinamarca, se prepara para disputar a segunda Copa, para orgulho do filho e do marido, que agora vive a experiência de largar a bola para acompanhar a esposa.

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