Superesportes

O calvário de uma Seleção

Em partida preparatória para a Copa América, Brasil bate Catar por 2 x 0, mas perde Neymar, que deixa o jogo com lesão no tornozelo direito. Dentro e fora de campo, má fase do atacante se agravam

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 06/06/2019 04:06
De muletas, Neymar deixou o Estádio Mané Garrincha e se dirigiu a um hospital na Asa Sul



Neymar não tem condição psicológica de disputar a Copa América devido ao escândalo que enfrenta. Agora, ao que parece, a situação clínica também o prejudica. Inseguro, o elenco já percebeu que pode disputar a competição continental sem o camisa 10 pela terceira vez consecutiva. Foi assim a partir da terceira rodada da fase de grupos em 2015 e em toda a edição centenária de 2016. Está prestes a acontecer novamente.

Risco de corte à parte, o que começou errado terminou errado em mais uma noite estranha da Seleção Brasileira, ontem, no Mané Garrincha. Cinco anos depois da melancólica despedida da Copa de 2014, na derrota por 3 x 0 para a Holanda, na decisão do terceiro lugar, a arena com capacidade para 70 mil pessoas estava vazia, desconfiada com o efeito colateral causado pela crise particular de Neymar. Bastou o craque sair de campo aos 21 minutos da etapa inicial, chorando rumo ao vestiário enquanto Richarlison festejava o primeiro gol, para o público ficar em silêncio. Algumas pessoas foram embora. O Brasil já vencia o Catar por 2 x 0. Gabriel Jesus havia marcado após assistência de Richarlison.

Investigado em São Paulo por uma denúncia de estupro e agressão a uma mulher em Paris e, no Rio de Janeiro, pela publicação de imagens da denunciante em uma rede social, o jogador saiu do vestiário para uma van no intervalo e seguiu para o hospital Home, na 613 Sul, ponto de apoio da Fifa no Mundial do Brasil. O médico da Seleção, Rodrigo Lasmar, diagnosticou torção no tornozelo direito. Acompanhado pelo médico Felipe Kalil, passou por exames aprofundados na clínica de um dos maiores especialistas em ortopedia do país, o doutor Paulo Lobo.

Insistência

;Neymar é um jogador diferente. Vou querer tê-lo até a última situação. Exceto em alguma ocorrência excepcional. Só vi no intervalo que ele estava com o tornozelo inchado. Ele não é insubstituível, não pode ser em uma Seleção, mas tenho certeza de que vamos contar com ele;, disse o técnico Tite na entrevista coletiva após a partida.

Refém do talento de Neymar, Tite aceita inclusive mantê-lo no elenco ao longo da Copa América. ;Precária e meia boca não são os termos. Ele está melhor do que na Copa da Rússia. Torço para que a lesão não seja grave. Ele jogou 120 minutos na Copa da França em altíssimo nível. Quero crer que não seja um problema grave;, insistiu.

Antes da entrevista, o coordenador da Seleção, Edu Gaspar, comunicou que Neymar será liberado para depor amanhã no Rio. A permanência do jogador no elenco dependeria da conclusão dos exames realizados durante a madrugada. O jogador está fora do amistoso de domingo contra Honduras, no Estádio Beira-Rio.
*Estagiários sob a supervisão de Fernando Brito


14 de junho
Data de estreia do Brasil na Copa América, contra a Bolívia, no Estádio do Morumbi




Atuações


Ederson: seguro, mas pouco exigido. Nota 7
Daniel Alves: uma assistência e muito bem nas tramas ofensivas. Nota 8
Miranda: firme e bem na bola aérea. Nota 7
Marquinhos: botes certeiros e vitorioso nas divididas. Nota 7
Filipe Luís: bem defensivamente e muito participativo no ataque. Nota 7
Alex Sandro: pouco tempo em campo, mas exerceu boa marcação. Nota 6
Casemiro: marcação firme no meio campo e ótimos passes. Nota 7
Arthur: muito bem na distribuição de jogo. Nota 7
Fernandinho: pouco tempo em campo. Nota 6
Philippe Coutinho: esforçado ofensivamente, mas errou muito. Nota 6
Lucas Paquetá: ótima participação no pouco tempo em campo. Nota 7
Richarlison: melhor em campo, com gol e assistência. Nota 9
David Neres: pouco efetivo nas tentativas ofensivas. Nota 6
Neymar: 18 minutos em campo e pouco produziu. Prendeu muito a bola até sofrer a lesão. Sem nota
Everton: entrou bem no lugar de Neymar e comandou o ataque no segundo tempo. Nota 7
Gabriel Jesus: oportunista, deixou um gol e fez boas jogadas fora da área. Nota 8



Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação