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No passado, silêncio em meio a polêmicas

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 26/06/2019 04:16


Há dois anos, várias jogadoras se manifestaram contra a saída da técnica Emily Lima do comando da equipe do Brasil. Até Cristiane anunciou a aposentadoria da amarelinha em protesto à demissão da primeira treinadora mulher da Seleção Brasileira feminina de futebol depois de apenas 10 meses no cargo. Cristiane reconsiderou a decisão, após conversa com Vadão. Marta não se pronunciou nessa história. Durante a Copa da França, transpareceu que havia uma divergência entre a atacante e a ex-treinadora da equipe.

Marta também não assinou uma carta aberta destinada à CBF reivindicando igualdade de gênero no futebol feminino e por mais mulheres em papéis de liderança na entidade. Entre as atletas envolvidas no protesto, estavam as veteranas Sissi, Formiga, Marcia Tafarel, Rosana e Cristiane. Apesar desses dois episódios, Marta sempre brigou por mais visibilidade no futebol feminino. A cena da craque suplicando apoio à modalidade após as Olimpíadas do Rio, em 2016, é um marco dessa batalha.

Agora, o apelo foi ampliado. Além de brigar pelo desenvolvimento do futebol feminino, Marta abraçou a luta pela igualdade de gênero de forma mais enfática. A maturidade da atacante pode ter influenciado nisso. A Copa da França foi a última de Cristiane, Formiga e tantas jogadoras que marcaram uma geração na Seleção Brasileira. Entre as sete atletas com 30 anos ou mais da equipe que disputou o Mundial, apenas Marta não falou em despedida da competição. Ainda assim, fez um discurso preocupado sobre a renovação: ;O Brasil não terá para sempre uma Formiga, uma Cristiane e uma Marta;.

A fala durante toda a Copa do Mundo também incluiu um viés político em relação à luta pela igualdade de direitos das mulheres. ;Quero passar para as meninas essa luta, porque a gente não vai durar para uma vida inteira. Então isso tem de continuar, buscar sempre o desenvolvimento. Significa uma oportunidade de estar sempre lutando em busca daquilo que a gente acredita e deixando um legado para que elas sigam não só dentro de campo, como fora dele;. (MN e MEC)


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