postado em 29/06/2019 04:16
Paris ; Os franceses coloriram e orquestraram um verdadeiro concerto no Parc dês Princes, em Paris, ontem, para a disputa entre França e Estados Unidos, pelas quartas de final da Copa do Mundo Feminina. Mas as donas da casa não contavam com o protagonismo de Megan Rapinoe, que vem fazendo história dentro e fora de campo. Aos 33 anos, a jogadora norte-americana reforça o orgulho LGBT, bate de frente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ainda marcou os dois gols da vitória, por 2 x 1, que eliminou a equipe anfitriã do Mundial. Wendie Renard descontou.
Fora do Mundial, as francesas também não se classificam para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, pois apenas as três seleções da Europa mais bem classificadas na Copa garantem a vaga olímpica. Itália, Holanda, Alemanha e Suécia brigam pela possibilidade de ir às Olimpíadas. A Inglaterra carimbou o passaporte para o evento no Japão.
;Os Jogos Olímpicos estavam em segundo plano nos nossos objetivos, principalmente quando vimos a quantidade de europeus nesta fase da Copa;, apaziguou Corinne Fiacre, técnica da França. ;Não estou aqui para encontrar desculpas, mas cruzar com os Estados Unidos foi difícil. Precisamos de um pouco mais de trabalho, nós sabemos o que temos de fazer, mas tivemos uma boa performance;, completou.
Os Estados Unidos chegaram como um trator para cima das francesas. Logo no primeiro minuto de bola rolando, Rapinoe driblou duas francesas e abriu para Ertz chutar no meio do gol para defesa tranquila de Bouhaddi. Dois minutos depois, Mbock Bathy recebeu o primeiro cartão amarelo da França, após fazer falta em Morgan perto da área. Na cobrança, Rapinoe bateu cruzado, de esquerda, e a bola passou por todo mundo até parar no fundo das redes, aos cinco minutos.
Na volta do intervalo, a França foi com tudo para o ataque, reacendendo a torcida. Henry tentou da entrada da área. Le Sommer arrancou suspiros da torcida em finalizações de cabeça e com os pés. Mas foi Rapinoe quem novamente balançou as redes para os Estados Unidos. Aos 19 minutos, Morgan subiu com velocidade pela direita e cruzou rasteiro para dentro da área. A bola passou de Heath, mas sobrou para a artilheira do dia, livre, marcar o segundo dela na partida e quinto nesta Copa do Mundo.
Foi um balde de água fria para a torcida, que fazia uma linda festa na arena. Dez minutos depois, novo susto para as donas da casa. Após lançamento que encontrou Dunn avançada pela esquerda, a norte-americana cruzou para Health marcar mais um. No entanto, o flagrante do impedimento anulou o gol e manteve viva a esperança francesa.
Renard ainda diminuiu de cabeça para a França, restando 10 minutos para o fim do jogo, após cobrança de falta de Thiney. A seleção anfitriã lutou até o fim, mas parou nas tricampeãs mundiais. Classificados, os Estados Unidos encaram a Inglaterra pelas semifinais, na terça-feira, às 16h, em Lyon.
Torcida na embaixada
Torcedores se reuniram na embaixada francesa para acompanhar a partida entre França e Estados Unidos nas quartas de final. Para a decepção do público presente, as norte-americanas venceram e se classificaram para as semifinais do torneio. Apesar da eliminação, os torcedores elogiaram o desempenho do país na competição.
Destaque do dia
Megan Rapinoe
A noite em que os Estados Unidos eliminaram as anfitriãs da Copa do Mundo contou com mais uma grande atuação de Megan Rapinoe. A norte-americana vem fazendo uma bela Copa desde a fase eliminatória, quando foi eleita a melhor em campo duas vezes e marcou três dos cinco gols dela na competição. Agora, Rapinoe é a artilheira dos EUA, ao lado de Alex Morgan. Diante da Espanha, os gols foram de pênalti. Dessa vez, um veio de uma cobrança de falta, que foi direto para o gol, e o outro de dentro da área. Além disso, três assistências também saíram dos pés da jogadora do Seattle Reign.