postado em 12/07/2019 04:23
Um silêncio constrangedor ronda a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Após 20 dias da eliminação do Brasil nas oitavas de final da Copa do Mundo Feminina, a entidade não comunicou nenhuma mudança oficial na comissão técnica da Seleção. O treinador Vadão e o coordenador Marco Aurélio Cunha seguem nos respectivos cargos, apesar da incógnita sobre a permanência deles. Há especulações de uma tentativa de negociação com a técnica sueca Pia Sundhage. A assessoria da CBF, no entanto, não confirma novidade alguma.
A Seleção Brasileira masculina sabia, antes mesmo da final em que venceu a Copa América, no último domingo, que Tite seguiria no comando do time se dependesse da CBF. A questão sobre a equipe feminina é a falta de uma posição a apenas um ano e 10 dias dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Nesta semana, a norte-americana Alex Morgan, que terminou a Copa do Mundo como campeã e uma das artilheiras do torneio, lamentou a falta de apoio que o Brasil recebe da confederação.
;Esta Copa do Mundo só mostra, na verdade, quais federações apoiam as equipes e quem realmente chegou mais longe. Você olha para a Inglaterra, a França, a nossa equipe e compara com o Brasil, que tem muito potencial e poderia facilmente ter chegado à final, dada a qualidade, mas não tem o apoio;, disse a jogadora, após retornar da França para os Estados Unidos.
Aos 62 anos, Vadão chegou à Copa do Mundo pressionado por uma sequência de nove derrotas. No Mundial, classificou-se apenas na terceira colocação do Grupo C e pegou a anfitriã França no primeiro jogo válido pela fase eliminatória. Na competição, foram duas vitórias e duas derrotas. Apesar de terem sido reconhecidas pela garra na partida de eliminação, as próprias jogadoras reclamaram ao fim do torneio que precisam de mais. ;Futebol feminino no Brasil sempre foi dessa forma, com muita raça e vontade, mas sabemos que precisa de muito mais, de planejamento, trabalho;, alertou a zagueira Mônica.
Marco Aurélio Cunha avaliou a competição de forma diferente. ;O Vadão fez uma ótima Copa, independentemente das críticas contra ele. Quando fizemos amistosos e fomos criticados, era para chegar nesse nível e não sofrer. O importante foi que as jogadoras estavam preparados na Copa do Mundo e por um detalhe saímos;, disse, ainda na França, após a eliminação brasileira no Mundial. O ortopedista e ex-vereador de São Paulo é coordenador de seleções femininas da CBF desde maio de 2015.
;Futebol feminino no Brasil sempre foi dessa forma, com muita raça e vontade, mas sabemos que precisa de muito mais, de planejamento, trabalho;
Mônica, zagueira da Seleção Brasileira
29 jogos
Retrospecto de Vadão à frente da Seleção, com 15 vitórias, três empates e 11 derrotas