Superesportes

Realidade de pobreza e violência

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 27/08/2019 04:06
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Também faz parte das regiões mais pobres e violentas de Lima o bairro El Salvador, local onde foi construída a Vila dos Atletas e o Ginásio Poliesportivo, que recebeu a ginástica rítmica e, agora, o rúgbi em cadeira de rodas. ;É um orgulho ser um voluntário. Nunca imaginei que um dia ajudaria o meu país a crescer no esporte;, comentou o morador local Diego Mendonza, 18 anos, enquanto ajudava a organizar a fila para os visitantes que assistiriam ao jogo entre Brasil e Canadá pelas semifinais do rúgbi em cadeira de rodas do Parapan-2019.

Sorridente, Diego compartilhou o tom de esperança que paira sobre a vizinhança: ;A competição fará muito bem ao nosso distrito daqui em diante. Antes, El Salvador tinha sido catalogado como o distrito mais perigoso de Lima, mas isso vai mudar muito;. Enquanto a Villa María del Triunfo foi classificada pela Polícia Nacional do Peru, em junho, como o 69; distrito mais perigoso do país, El Salvador ficou na 23; posição da lista que ranqueou 120 regiões. Todas as instalações levantadas para os Jogos de Lima são permanentes e, segundo o Comitê Organizador e o governo peruano, serão usadas para promover o desenvolvimento local e esportivo após os eventos.

Com uma população tão numerosa quanto a Villa María del Triunfo, El Salvador é o 34; no ranking do índice de desenvolvimento humano dos 43 distritos de Lima. Composta por maioria de mestiços e quéchuas, a principal etnia indígena do país, a região começou a ser povoada no início da década de 1970 com invasões e, em 2000, se tornou o principal símbolo de pobreza urbana peruana.

Após receber o maior evento esportivo da história do Peru, porém, a expectativa é de mudanças. Tanto que o governo nacional aprovou uma lei para que todos os peruanos que conquistarem medalha no Pan ou no Parapan ganharão um apartamento na Vila dos Atletas, que foi construída em um terreno vazio e conta com recursos de acessibilidade. O objetivo é compensar o esforço dos atletas peruanos. Há ainda a promessa de que as residências da Vila Pan-Americana que não forem ocupadas por atletas sejam vendidas a preços acessíveis. (MN)




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