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Ataque em defesa de Daniel

Presidente do CPB critica Comitê Paralímpico Internacional por mudar a classificação dos atletas. Nadador perdeu seis recordes

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 31/08/2019 04:06
Daniel Dias é o maior esportista paralímpico da atualidade com 24 medalhas: 14 de ouro


Lima ;
Um assunto tem gerado polêmica no esporte paralímpico por todo o mundo: as mudanças na classificação dos atletas. Ontem, foi a vez de o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, criticar de forma dura o processo adotado pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês): ;Temos de perguntar para o IPC se o Daniel Dias foi uma mentira para o esporte?;.

O nadador brasileiro é o maior esportista paralímpico da atualidade, com 24 medalhas, 14 delas de ouro. Desde que o processo foi aprovado, no fim de 2017, porém, Daniel Dias viu adversários reclassificados baterem seis dos recordes mundiais que ele detinha. O chinês Lichao Wang, bronze nos 50m borboleta na Rio-2016 na S6, é um dos competidores que desceram para a classe. Atualmente, é recordista mundial. ;Se esses atletas estavam na classe errada e são de fato S5 e não S6, então, os resultados do Daniel Dias não foram verdadeiros?;, ironizou Mizael.

Segundo o presidente do CPB, algo está errado: ;Ou é o Daniel Dias campeão ou é o Daniel Dias que, mesmo melhorando suas marcas, não tem nenhum recorde mundial;. O brasileiro tinha os melhores tempos nos 100m (livre e borboleta) e nos 50m (livre, peito, borboleta e costas). O caso do nadador André Brasil causou ainda mais alvoroço. O brasileiro, dono de 14 medalhas paralímpicas na S10, foi considerado inelegível pelo comitê internacional. ;Se ele não é elegível para o esporte, como é reconhecido pelo Comitê Internacional como detentor de três recordes mundiais? Não seria injusto com os atletas que estão competindo hoje?;, alfinetou Mizael.

O próprio Daniel Dias se manifestou sobre o caso. ;De fato, eu não concordo com o que está acontecendo. Nós estamos sendo prejudicados, mas isso não impedirá que eu dê o meu melhor no Mundial (em Londres, de 9 a 15 de setembro). Sei que a realidade do Mundial será diferente, o contraste vai ser maior do que a gente está vivendo aqui;, apostou Daniel. ;Espero que as coisas sejam resolvidas e os órgãos responsáveis tomem providências necessárias, que as regras fiquem mais claras, menos subjetivas, e que o esporte seja justo;, concluiu.


;Espero que as coisas sejam resolvidas e os órgãos responsáveis tomem providências necessárias, que as regras fiquem mais claras, menos subjetivas, e que o esporte seja justo;

Daniel Dias, nadador

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