postado em 09/10/2019 04:15
Bicampeão olímpico, 10 medalhas de ouro no Mundial e nove anos de invencibilidade. Esse é o currículo de Teddy Riner, que conquistou o título na categoria +100kg, ontem, no terceiro e último dia do Grand Slam de Judô, realizado em Brasília. Com a vitória, o francês aumentou a série invicta para 152 lutas. Na final, enfrentou o brasileiro David Moura, na reedição da decisão do Mundial de 2017, disputado em Budapeste, na Hungria, onde também se sagrou campeão.
Apesar de invicta, a caminhada de Riner até o ouro não foi fácil. Em ano sabático, o francês não competiu em 2018 e retornou aos tatames apenas no Grand Prix de Montreal, em julho deste ano. Com aparente falta de ritmo, não convenceu na primeira luta diante do japonês Kageura Kokoro e saiu com a vitória no golden score, após quase seis minutos de combate. Nas quartas de final, venceu o russo Inal Tasoev com um waza-ari. Para chegar à final, enfrentou o tcheco Lukas Krpalek, atual campeão mundial da categoria pesado, em um dos combates mais esperados do torneio. O francês avançou após três shidos (punições) para Krpalek, configurando um ippon e o fim da luta.
Do outro lado da chave, também sonhando com o ouro na competição, David Moura, bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, teve de enfrentar na semifinal o compatriota e duas vezes medalhista olímpico Rafael Silva, o Baby. Venceu após três punições contra o adversário e se classificou para a final, na expectativa de conquistar o ouro em casa e, de quebra, desbancar o aparentemente invencível Teddy Riner.
Não aconteceu. Mesmo com o apoio da torcida brasileira para David, o francês mostrou por que é uma lenda viva e o maior nome do judô mundial na atualidade. Em apenas 20 segundos de combate, Teddy Riner aplicou um ippon e faturou mais uma medalha para a vasta coleção. Na saída do tatame, o campeão pediu aplausos para o brasileiro.
O francês, que conquistou o Mundial e as Olimpíadas no Rio de Janeiro, se sente em casa quando luta em solo brasileiro. Após a luta, destacou a ambição por conquistas e pela classificação aos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. ;Estou feliz. Foi um grande dia. E é importante ter um dia assim para as Olimpíadas, porque eu quero a medalha de ouro. Não quero o bronze ou a prata. E quando se luta assim, é bom para o futuro;, pontuou.
Mesmo derrotado na final, David encontra aprendizado nas adversidades e destaca os pontos conquistados na corrida olímpica graças à prata na competição. ;Toda derrota é aprendizado. Graças a isso, a gente procura evoluir. Judô é um xadrez que a gente joga com o corpo;, amenizou. ;Foi um dia muito importante na busca pela vaga olímpica. Entrei com atitude de campeão e estou feliz com isso. Pretendo continuar lutando assim até o pódio olímpico, se Deus quiser.;
Na disputa do bronze na categoria peso-pesado, Rafael Silva perdeu para o russo Inael Tasoev por submissão e não conseguiu medalha.
*Estagiário sob a supervisão de Fernando Brito
152
lutas
Série invicta do fenômeno francês Teddy Riner nos tatames do judô