Superesportes

Clube-empresa em debate na Câmara

postado em 10/10/2019 04:23




Um projeto de lei que visa mudar o modelo da administração dos clubes de futebol tem gerado polêmica entre os maiores times do país. A proposta para que se transformem em clubes-empresas não agrada, por exemplo, o presidente do Flamengo, Luiz Rodolfo Landim. O mandatário esteve na Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados, ontem, e se mostrou satisfeito em ouvir que o projeto atualizado deixará de ser obrigatório aos clubes. Mas ressaltou ser contrário à exploração de recursos de apostas apenas para os times que aderirem ao modelo e à criação de um fundo para ajudar os clubes em dificuldade financeira.

Relator do projeto, o deputado federal Pedro Paulo Teixeira (DEM-RJ) vem sofrendo críticas pela proposta. O parlamentar abriu o debate na Câmara dos Deputados dizendo estar aberto a ouvir as queixas e propostas dos principais envolvidos: os clubes. As palavras mais duras foram ditas pelo presidente do Flamengo, que não tem interesse em se tornar um clube-empresa. ;O fundo garantidor do futebol, que captaria recursos para clubes inadimplentes, é um incentivo perverso para os clubes não agirem corretamente na gestão;, criticou o dirigente.

O projeto que visa incentivar os clubes a deixarem de ser associação sem fins lucrativos para se tornarem empresa tem como aposta torná-los aptos a receberem investimento externo. Os dirigentes esportivos marcaram presença na Comissão para tentar impedir que as agremiações que não queiram aderir ao modelo proposto pelo projeto percam direitos. A questão tributária é um dos pontos controversos.

Atualmente, os clubes não pagam impostos sobre a receita que geram por serem associações sem fins lucrativos. No novo modelo, o Flamengo estima que pagaria o dobro de imposto, algo que poderia chegar a R$ 80 milhões a mais por ano. As críticas ainda envolvem inseguranças na parte fiscal e trabalhista aos clubes, como destacou o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.



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