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Beatriz Ferreira no topo do mundo

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 14/10/2019 04:15
Apesar do título, a brasileira ainda luta pela classificação olímpica



Beatriz Ferreira se tornou a segunda boxeadora brasileira a conquistar um título mundial, ao derrotar a chinesa Cong Wang, ontem, em Ulan-Ude, na Rússia, por decisão unânime dos jurados: três anotaram 29 x 28 e um, 30 x 27. Roseli Feitosa, em 2010, em Barbados, foi a primeira.

Além de Bia e Roseli, o boxe feminino do Brasil soma mais dois pódios em Mundiais. Em 2002, na segunda edição da competição, Ana Paula Lúcio dos Santos foi bronze, em Antalya, na Turquia. Clélia Costa também ficou com o bronze, na Coreia do Sul, em 2014.

No masculino, a lista começa com Everton Lopes, campeão mundial em Baku, no Azerbaijão, em 2011. Na mesma competição, Esquiva Falcão foi bronze. Dois anos depois, Everton foi bronze e Robson Conceição, prata. Em 2015, Robson subiu mais uma vez ao pódio para receber bronze.

Apesar da medalha de ouro e do título de melhor lutadora do Mundial, Bia não tem garantida a participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A Aiba (Associação Internacional de Boxe) não é reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) após investigações, crise financeira e afastamento do presidente.

Com isso, Bia terá de buscar a vaga no Pré-Olímpico da Américas de Buenos Aires, em março, ou no Pré-Olímpico Mundial, em maio. A campeã mundial, ao lado de Graciele Jesus e Jucielen Cerqueira, que também estiveram na competição russa, segue direto para a China, onde vai disputar o Mundial Militar.

Aos 26 anos, Bia soma 24 pódios em 25 competições. Ela só ficou fora dos três primeiros lugares no Mundial passado. Em agosto, a boxeadora ganhou o ouro no Pan-Americano de Lima, no Peru. Em 2018, foi campeã sul-americana em Cochabamba, na Bolívia.

Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde o pai, Raimundo, mais conhecido no boxe como Sergipe (tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Popó), dava aulas para crianças carentes da região.

Por falta de competições de boxe feminino, Bia precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada pois havia participado de uma competição de muay thai e recebeu uma punição de dois anos, porque a Aiba proibia que as atletas participassem de competições por outras modalidades.

Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional.




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