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De vento em popa no Paranoá

Circuito no Lago recebe a Copa Brasil, que reúne as principais revelações do país em disputa por vaga na equipe olímpica, que receberá apoio da Confederação. Evento vai de hoje a sábado com mais de 130 atletas

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 15/10/2019 04:16
Na opinião dos velejadores, a raia do Paranoá é difícil porque os ventos fracos exigem técnica e concentração. Obriga a um jogo de alta estratégia


Quem passar pelo Lago Paranoá, entre hoje e sábado, poderá desfrutar de um visual repleto de veleiros. O Iate Clube de Brasília recebe, pela primeira vez, a Copa Brasil de Vela, competição mais importante da modalidade disputada no país. Isso porque o primeiro colocado de cada classe garante vaga na equipe olímpica, que receberá apoio financeiro da Confederação Brasileira de Vela (CBVela) para disputar as principais competições internacionais de 2020, ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O campeonato reúne 95 embarcações e mais de 130 velejadores.

;Desde pequeno eu via o Robert Scheidt e esse pessoal mais velho, e sempre me imaginava na Olimpíada. De alguns anos para cá, esse não é mais um sonho, se tornou um objetivo;, diz Gustavo Nascimento, 24 anos. O carioca, que começou a velejar aos oito anos por influência do pai e do avô, disputou o primeiro Campeonato Brasileiro dele justamente em Brasília, aos 11 anos. ;Fiquei na 98; posição, lembro até hoje;. Desta vez, aos 24 anos, volta à cidade direto de Ilhabela, no litoral paulista, onde se sagrou campeão mundial de Snipe, há apenas três dias, ao lado de Henrique Haddad.

Os dois, aliás, estão na capital federal para dar mais um passo na caminhada olímpica, que percorrem em classes diferentes. Henrique disputa a 470 e Gustavo vai na Laser, a mesma em que o ídolo Robert Scheidt ganhou dois ouros e uma prata olímpica. ;Chego aqui muito feliz, leve e com a faca nos dentes para conseguir um bom resultado;, prometeu.

Para o velejador, ao mesmo tempo que tem de aproveitar o momento único na carreira, é preciso ter cuidado para não se afobar. ;Virar a chave, depois de vir de um título tão significativo, para um modo de nova competição, é o que tem de acontecer para manter o foco e executar o trabalho do dia a dia;.


O espírito competitivo se mantém vivo. Diante da oportunidade de integrar a equipe olímpica, ano que vem, Gustavo é categórico. ;É fazer ou morrer. E é dessa parte que gostamos;, brinca. Apesar da empolgação, a meta de Gustavo é o ciclo olímpico seguinte ao de Tóquio, o de Paris, em 2024.

Assim como o carioca campeão mundial na classe Sniper, outras revelações da vela brasileira vão deslizar pelo Lago Paranoá durante esta semana. E pelo nível que vêm apresentando, a expectativa é de manterem a modalidade na lista dos esportes que mais rendem pódio ao Brasil. O velejadores com vaga assegurada em Tóquio não competem em Brasília.

Serão disputadas oito classes na Copa Brasil: RS:X, Laser Standard, Laser Radial, Finn, 470, 49er, 29er e 420. Na mesma raia, e nos mesmos dias e horários, também será realizada a competição da categoria até 18 anos.

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