O Estádio Bezerrão ficou colorido de amarelo e preto. A cor negra das camisas de muitos torcedores era em função do xodó vascaíno, que assume o protagonismo da Seleção Brasileira no Mundial Sub-17 com a ausência do flamenguista Reinier. Logo no início do jogo, Talles Magno ouviu o nome dele ecoar nas arquibancadas. Aos 34 minutos do segundo tempo, o atacante desencantou e ajudou o Brasil a garantir a classificação antecipada às oitavas de final, ontem, após vitória por 3 x 0 diante da Nova Zelândia.
Muito marcado, Talles Magno levantou a torcida a cada toque que dava na bola. Nas arrancadas ou faltas que sofreu ao ir para cima dos adversários, a galera foi ao delírio. A angústia diminuiu um pouco ao ver o companheiro Kaio Jorge abrir o placar para o Brasil. O camisa 9 só precisou empurrar a bola para o fundo das redes, após ganhar um presente de Gabriel Verón, que chegou à linha de fundo e fez passe rasteiro.
O domínio brasileiro ocorreu até Yan ser expulso, aos 40 minutos do primeiro tempo. O lateral-esquerdo pisou no neozelandês Garbett, caído no chão. O lance foi revisado pelo VAR e o árbitro Mario Escobar, da Guatemala, tirou o cartão vermelho do bolso. Com um a mais, a Nova Zelândia abriu mão da retranca inicial e voltou do intervalo com uma postura ofensiva em busca do empate.
Em menos de 10 minutos do segundo tempo, a equipe comandada pelo inglês José Figueira chegou com perigo três vezes, mais do que fez em todo a etapa inicial. Encurralado, o Brasil tinha como ponto de fuga Talles Magno para puxar o contra-ataque. Nas oportunidades que teve, o camisa 11 gingou e foi parado com falta. Um dos lances rendeu cartão amarelo para Simpkin. Com o clima quente dentro de campo, os brasileiros também não passaram em branco. Luan Patrick, Daniel Cabral e Diego Rosa saíram amarelados.
Apesar do sufoco no segundo tempo, a torcida não desanimou e os gritos por Talles Magno deram resultado. Aos 34, o atacante vascaíno contou com uma bobeada do goleiro Paulsen, que se atrapalhou para sair jogando com os pés após recuo do zagueiro. Oportunista, Talles Magno roubou a bola e fez o que as arquibancadas pediram o jogo inteiro: marcou o primeiro dele e saiu para o abraço.
Bem mais leve, o camisa 11 ainda tentou um drible por debaixo das pernas do adversário, quando estava marcado por dois na lateral esquerda. Aos 45 minutos, Diego Rosa ainda marcou o dele em vacilo da zaga e selou a segunda vitória brasileira e os 100% de aproveitamento até o momento na competição.
Ao fim da partida, Talles Magno minimizou a pressão sobre o próprio desempenho na equipe brasileira neste Mundial. ;Cobrança a gente se faz, mas eu estava muito tranquilo. A equipe passou tranquilidade;, disse. O atacante ainda frisou que o coro da torcida não alimentou o nervosismo, mas serviu como combustível. ;Eu só me senti muito feliz. Estou muito bem com o apoio da torcida, o que nos ajuda a trabalhar cada vez mais para fazer mais gols;, finalizou.
;Cobrança a gente se faz, mas eu estava muito tranquilo. A equipe passou tranquilidade. Eu só me senti muito feliz. Estou muito bem com o apoio da torcida, o que nos ajuda a trabalhar cada vez mais para fazer mais gols;
Talles Magno,
atacante da Seleção Brasileira
Ontem
Grupo A
Brasil 3 x 0 Nova Zelândia
Angola 2 x 1 Canadá
Grupo B
Nigéria 3 x 2 Equador
Austrália 2 x 2 Hungria
Hoje
Grupo C - Goiânia
17h Coreia do Sul x França
20h Chile x Haiti
Grupo D - Cariacica
17h Holanda x Senegal
20h EUA x Japão