postado em 03/11/2019 04:16
A beleza do futebol do Flamengo tem mexido no baú de memórias do futebol brasileiro e deixado admiradores do passado e do presente no mínimo pensativos. Líder da Série A e finalista da Libertadores contra o River Plate no próximo dia 23, em Santiago, no Chile, a trupe comandada pelo português Jorge Jesus necessita de títulos para provar quenão é mais um time modinha. A caminhada rumo ao título nacional passa pelo sucesso diante do Corinthians, hoje, às 16h, no Maracanã. Na virada do século, o clube paulista teve um Timão campeão de (quase) tudo de 1998 a 2000 sob o comando de Vanderlei Luxemburgo e depois, Oswaldo de Oliveira.
Tricampeão brasileiro pelo Corinthians em 1990, 1998 e 1999; do Paulistão em 1999; do Mundial de Clubes da Fifa (2000) e da Supercopa do Brasil (1991), o ex-atacante Dinei alfinetou o Flamengo durante a semana. ;Nós tivemos uma seleção. O Luizão, o Edílson e o Vampeta foram campeões do mundo; o Marcelinho Carioca, o maior jogador do Corinthians; o Sylvinho esteve na Seleção Brasileira; tinha o Rincón, o Gamarra, o Dida. Eu era bom jogador. O nosso time era melhor, pois tinha muitos jogadores de Seleção;, cravou em entrevista ao UOL.
Há certo equilíbrio entre os dois times. No gol, por exemplo, vantagem para Dida no duelo na comparação com Diego Alves. Em comum, o fato de ambos serem pegadores de pênalti respeitados internacionalmente. Pesa a favor de Dida a presença em três edições da Copa do Mundo em 1998, 2002 e 2006, na última delas como titular. Além disso, ganhou duas edições da Liga dos Campeões da Europa como titular do Milan em 2003 e em 2007.
Nas laterais, um nome desafina no duelo dos sonhos. Índio, que passou pelo Gama no fim da carreira, era um ala esforçado. Bem diferente de Kléber e Sylvinho, que se revezavam na banda esquerda do Corinthians; e de Rafinha e Filipe Luís, titulares do Flamengo de Jorge Jesus.
A dupla de zaga do Corinthians contava com uma grife chamada Gamarra. Beque clássico, o paraguaio disputou a Copa de 1998 sem receber cartão amarelo. Rodrigo Caio é jovem. Ouro nos Jogos olímpicos do Rio-2016, ficou fora da lista final de Tite para a Copa de 2018. Parceiro de Gamarra naquele Timão da virada do século, Fábio Luciano tem mais currículo e bagagem do que Pablo Marí.
Do meio de campo para a frente, o jogo fica desequilibrado. Em forma, Vampeta e Rincón superam Willian Arão e Gérson. Marcelinho Carioca ; um dos maiores batedores de falta do futebol brasileiro ; e Ricardinho, respeitado devido à leitura tática impressionante dentro e fora de campo, superam Everton Ribeiro e Arrascaeta. No ataque, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa são tão entrosados e goleadores quanto Edílson e Luízão, reservas de Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo na conquista do penta em 2002.
Corintiano fanático, Dinei aprecia o bom futebol. ;Estou torcendo para o Flamengo, para o Jorge Jesus ser campeão, porque ele está mostrando a mentalidade como era o futebol brasileiro, para frente. O Flamengo está jogando igual tanto dentro de casa como fora de casa. A gente, que gosta do bom futebol, tem que agradecer a esse cara. Ele está aqui há uns meses e está conseguindo mudar a mentalidade, todo mundo está gostando dele. Com ele, não tem essa coisa de descanso, é trabalhar, treinar e jogar;, elogia o talismã da Fiel.
Vida real
Do campos dos sonhos para a vida como ela é hoje. O clássico entre os times mais populares do país tem mais de 60 mil ingressos vendidos. Com a volta de Diego Alves, a principal dúvida é quanto ao substituto de Gabigol, artilheiro isolado do Brasileirão com 20 gols. O brasiliense Reinier e Vitinho disputam a posição. O goleiro se recupera de contusão. Se não jogar, a vaga será de Gabriel. O Corinthias não contará com Danilo Avelar, suspenso, e Vágner Love, lesionado.
;A gente tem que agradecer a esse cara (Jorge Jesus). Está mudando a mentalidade. Não tem descanso. É trabalhar, treinar e jogar;
Dinei, ídolo do Corinthians, em entrevista ao UOL
Ficha
17h
Maracanã (Rio de Janeiro)
Brasileirão 30; rodada
Transmissão Globo
Flamengo
Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; William Arão; Éverton Ribeiro, Gérson e De Arrascaeta; Reinier e Bruno Henrique. Técnico: Jorge Jesus
Corinthians
Cássio; Fágner, Manoel, Gil e Carlos Augusto; Ralf; Pedrinho, Ramiro, Júnior Urso e Mateus Vital; Boselli
Técnico: Fábio Carille
Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS)