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Arbitragem não tem gênero

Ela fez história nesta edição e sonha em apitar decisão de Copa do Mundo. Falamos com Cláudia Umpiérrez %u2014 a advogada uruguaia que abraçou as leis do direito e as regras do futebol

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 09/11/2019 04:07
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A uruguaia Cláudia Umpierrez, 36 anos, foi a primeira árbitra oficial de futebol em seu país. Na Copa do Mundo Sub-17, entrou para a história como a primeira mulher da América do Sul a apitar um torneio Fifa de futebol masculino. Fez isso ao lado de duas auxiliares ; a também uruguaia Luciana Mascaraña, e Mônica Amboya, do Equador.

Elas formaram o primeiro trio de arbitragem feminino a atuar em jogo de Mundial masculino. Conciliando advocacia e arbitragem, Cláudia segue quebrando barreiras e sonhando alto.

Advogada de formação e com um pé no futebol, Cláudia fez história na Copa do Mundo Sub-17. Como conta, o logro em se tornar a primeira árbitra em torneio Fifa de futebol masculino não é por acaso, mas fruto de muita dedicação. ;É uma experiência que tem sido muito enriquecedora para nós. Faz tempo que vínhamos nos preparando para essa oportunidade. Em 2017, tivemos a oportunidade de ir ao Mundial da Índia como árbitras de suporte e sabíamos que a oportunidade de continuar abrindo portas existia. Por sorte, tivemos a oportunidade de estar aqui como trio.;

Mais do que um êxito pessoal, a uruguaia entende que a conquista quebra barreiras e incentiva outras meninas e mulheres a se empenharem pelo sonho de trabalhar com futebol.

Catar-2020

Com o sonho de apitar uma Copa do Mundo, seja feminina seja masculina, Cláudia Umpierrez não vive apenas de arbitragem. Ela atua em empresa pública como advogada e conta com o apoio do órgão e dos companheiros de trabalho na dupla jornada. ;Eu não sei se sou mais árbitra ou mais advogada, mas, agora, achei um tempo em que sou mais árbitra. Por sorte, com as diferentes oportunidades, me foi permitido estar viajando muito e participando de vários torneios. Mas a empresa me apoia muito, o que é fundamental. Precisamos desse respaldo do trabalho e dos companheiros de dia a dia quando não estamos;, diz.

Segundo Massimo Busacca, chefe de arbitragem da Fifa, a ideia da entidade é não fazer distinção entre gêneros, mas coroar os bons profissionais de acordo com as apresentações nos treinamentos e nas partidas.

;Não temos que fazer diferença entre masculino e feminino. Se as árbitras estão no nível dos árbitros, é importante que possam mostrar isso em campo. Não estão aqui como forma de presente, porque são mulheres, mas porque sabem apitar;, explicou.

Além do Mundial Sub-17 deste ano, realizado no Brasil, a árbitra uruguaia esteve na Copa do Mundo feminina, realizada neste ano, na França, apitando, inclusive, o jogo de abertura da competição. Apesar de já ter o nome marcado na história, ela deseja ir além.

;Meu sonho é a final de Copa do Mundo, pode ser masculina (2022) ou feminina (2023). Mas o principal sonho é seguir dando passinhos e estar sempre crescendo. A arbitragem feminina é uma família e sempre temos que demonstrar um pouco mais. Então, queremos continuar quebrando barreiras;, concluiu a uruguaia durante o treino de ontem no CT do Brasiliense.


;Se estamos com capacidade física e técnica, podemos dirigir qualquer partida. Nos dedicamos e fazemos com paixão. As portas foram abertas. Somos nós, mas amanhã serão outras;
Cláudia Umpierrez, árbitra uruguaia

;Não fazemos diferença entre masculino e feminino. Se as árbitras estão no nível dos árbitros, é importante que possam mostrar isso em campo. Não estão aqui como forma de presente, mas porque sabem apitar;
Massimo Busacca, chefe de arbitragem da Fifa

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