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100% NACIONAL

Finalista contra o México amanhã, Brasil pode ser tetra com todos os seus jogadores atuando em clubes do país. Os últimos sete campeões tinham pelo menos um adolescente no exterior

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 16/11/2019 04:29
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Maior exportador de pés de obra no mercado do futebol, o Brasil mantém medida protecionista no Mundial Sub-17. Finalista amanhã contra o México, às 19h, no Bezerrão, a Seleção pode conquistar o tetracampeonato com todos os 21 adolescentes vinculados a clubes do nosso país. Isso não acontece há 16 anos na competição. A última a conseguir o feito foi justamente a esquadra canarinho, em 2003, na campanha do tri. De lá para cá, são sete edições. Todos os vencedores tinham pelo menos um adolescente empregado no exterior (ler quadro).

O Brasil tem tradição de disputar o Mundial Sub-17 com jogadores em atividade no país por questões legais. Houve exceção na conquista do bi, em 1999. O técnico Carlos César convocou o meia Walker. Revelado pelo Guarani, o camisa 8 defendia o Ajax da Holanda na época da competição disputada na Nova Zelândia.

Especialista em divisões de base, o diretor do Atlético-MG, Júnior Chávare, tem um argumento para a permanência dos adolescentes em clubes brasileiros. ;No caso específico do Brasil, o atleta de 17 anos não consegue jogar fora do país. Isso é legislação Fifa. É diferente na Europa. Eles podem transitar facilmente entre os países do continente dentro do critério de cotas ou até mesmo no aspecto comunitário. Aqui, a transferência para fora do Brasil só se concretiza de forma efetiva a partir dos 18 anos. Salvo critérios específicos como o pai ou mãe morarem no exterior, descendência. Hoje, é muito difícil ter jogador com menos de 18 anos jogando fora do país;.

Rodrygo e Vinicius Júnior servem de parâmetro. Ambos tiveram de atingir a maioridade para trocar Santos e Flamengo, respectivamente, pelo Real Madrid. O caso de Walker, na conquista do título de 1999, antecede as novas normas da Fifa. ;A legislação mudou em 2003. Houve a proibição para evitar o tráfico de jogadores, a exploração de mão de obra infantil. O processo de pirateamento de jogadores da África e da América do Sul , principalmente, fez com que houvesse proibição. Jogadores extracomunitários podem ser transferidos a partir dos 16 anos. Esse é um critério;, detalha Júnior Chávare. Eliminada na fase de grupos, a Hungria tinha sete convocados de fora do país.

Adversário do Brasil na decisão de amanhã, o México conta com um estrangeiro. Efrain Álvarez defende o Los Angeles Galaxy na Major League Soccer. Atual campeã da Euro Sub-17, a Holanda tem cinco jogadores empregados no exterior, ou seja, um quarto dos convocados: Ki-Jana Hoever (Liverpool), Melayro Bogarde (Hoffenheim. Ian Maatsen (Chelsea), Yannick Leliendal (Genk) e Jayden Braaf (Manchester City). Dois dos 21 chamados pela França atuam fora do país ; Lucien Agoumé (Internazionale) e Naouirou Ahamada (Juventus).

Além do Brasil, Nova Zelândia, Equador, Coreia do Sul, Japão, Argentina, Tajiquistão e Camarões disputaram o Mundial Sub-17 com lista de convocados 100% nacional.



CAMPEÕES COM ESTRANGEIROS

Últimos sete vencedores do Mundial tinham pelo menos um jogador em atividade no exterior

2017: Inglaterra
Jadon Sancho
(Borussia Dortmund-ALE)

2015: Nigéria
Funsho Bamgboye
(Aspire Academy-Qatar)

2013: Nigéria
Habib Makanjuola
(Chelsea-ING)

2011: México

Richard Sánchez
(FC Dallas-EUA)
Dilan Nicoletti
(Newell;s Old Boys-ARG)

2009: Suíça
Granit Xhaka
(Borussia Monchengladbach-ALE)
Sead Hajrovic
(Arsenal-ING)
Pajtim Kasami
(Lazio-ITA)

2007: Nigéria
Azeez Balogun
(Porto Novo-BEN)

2005: México
Giovani dos Santos
(Barcelona-ESP)



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