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Real e Minas iniciam decisão

Com expectativa de muitos gols, equipes travam final inédita. Primeiro jogo ocorre amanhã, às 10h, no Abadião

postado em 30/11/2019 04:16
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Os últimos 12 anos do Campeonato Candango de Futebol Feminino foram marcados pela hegemonia do Cresspom. O clube amarelo e preto esteve em 11 das doze finais mais recentes e conquistou o título sete vezes, tornando-se o maior campeão local. No entanto, dessa vez, o Real Brasília quebrou essa sequência. Na primeira participação no torneio, o time das Leoas do Planalto desbancou o Cresspom e vai enfrentar o Minas Icespe na decisão do Candangão. O primeiro jogo será amanhã, às 10h, no Estádio Abadião. Como as ;Minas; permaneceram na Série A do Nacional, o Real Brasília garantiu vaga na segunda divisão brasileira de 2020.

Em 2016, nasceu o Real Futebol Clube. A categoria feminina foi criada apenas neste ano com objetivo específico. ;Hoje, o futebol feminino é um das formas mais rápidas de chegar ao campeonato nacional. É o primeiro ano e já estamos na Série B do Brasileiro;, disse Alisson Guirra, gerente de futebol. Ele e Pedro Ayub, diretor de futebol, encabeçaram a montagem do elenco.

;Foi um grande desafio, pois sempre mexemos com o futebol masculino. Mas, como temos alguns contatos, fomos conversando e vimos vídeos de atletas. Quando as jogadoras chegaram, pedimos indicações, muitas se conhecem. Montamos um elenco que deu liga e é uma equipe equilibrada;, explica Alisson.

Inicialmente, Célio Lino, treinador que comandou o departamento feminino do Gama nas últimas edições do torneio, foi para o Real e levou 10 atletas do Distrito Federal. Além delas, 14 jogadoras de fora integraram o grupo das Leoas do Planalto. Marcela de Cássia, 25 anos, é uma delas. A atacante de Pouso Alegre, Minas Gerais, estava no Vitória-PE, disputou a elite do Brasileirão feminino e foi campeã pernambucana neste ano. Em oito jogos pelo Candangão, tornou-se a artilheira, com 17 gols.

;Foi uma equipe montada rapidamente, mas algumas meninas se conheciam. A Maiara, meio-campo, jogou comigo no Vitória. A gente pegou um time que estava começando, mas com a estrutura que o futebol feminino merece e, por isso, aconteceram as goleadas;, aponta Marcela.

O Real chamou a atenção pelas goleadas. Na estreia, ganhou por 31 x 0 do Estrelinha. Depois, fez 12 x 0 diante do Paranoá, além de vencer por 9 x 0 o Brazlândia/Minas e o Santa Maria. Devido ao saldo de gols, terminou a fase de classificação na liderança. Em nove partidas disputadas, o time marcou 73 gols, com média de 8,11 tentos.

Mas a defesa também é motivo de orgulho para as Leoas do Planalto. Letícia, 22 anos, é a goleira menos vazada: sofreu quatro gols em nove jogos. Ela teve passagens pelo Kindermann, quando foi reserva de Bárbara, goleira titular da Seleção Brasileira, e estava no grupo do Audax que disputou a Libertadores em 2018.

Na terceira rodada, após o empate por 2 x 2 com o Minas Icesp, o Real demitiu o técnico Célio. Evilásio, 52 anos, que estava na base do clube e assumiu o projeto. ;Algumas ideias não batem com a do Célio e decidimos trocar, mas, após a mudança de comando, colocamos toda a nossa equipe para trabalhar com o feminino e conseguimos um salto de qualidade muito grande;, explica Alisson Guirra.

Evilásio comemorou o sucesso do projeto feminino do Real Brasília. ;O planejamento deu certo e o objetivo foi alcançado. Conseguimos a classificação para a Série B do Campeonato Brasileiro de 2020. Falta a cereja do bolo, temos de buscar o título. Não vai ser fácil, mas é o que eu sempre converso com elas: temos que ficar focados e ir atrás do nosso objetivo;.

*Estagiária sob a supervisão de Fernando Brito



17 gols
Marca da atacante Marcela, do Real, artilheira do torneio





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