Superesportes

Estrangeiros em alta

Pelo menos por enquanto, quatro são os técnicos ''importados'' para dirigir clubes da elite, por causa do sucesso de Jorge Jesus e Jorge Sampaoli. Mas, na Série B, já começa um movimento semelhante

Correio Braziliense
postado em 05/01/2020 04:06
Venezuelano chega ao Atlético com a missão de renovar o futebol do time e com perfil voltado para os jovens
Em vez de gramado e goleiro, relvado e guarda-redes. No lugar de bola, balón. Palavras típicas de Portugal e vocabulário em espanhol vão se tornar comuns entre os jogadores dos clubes do Campeonato Brasileiro deste ano. O País inicia a temporada com o número recorde de treinadores estrangeiros. Apenas entre os times da Série A são quatro profissionais “importados”.

Os portugueses Jorge Jesus (Flamengo) e Jesualdo Ferreira (Santos) terão as companhias do argentino Eduardo Coudet (Internacional) e do venezuelano Rafael Dudamel (Atlético-MG). A presença do quarteto faz o início da temporada ser a de maior presença de técnicos estrangeiros no futebol brasileiro. Há ainda um quinto nome no mercado. Para a disputa da Série B, o Avaí trouxe outro português, Augusto Inácio.

A lista de estrangeiros pode até aumentar. O Red Bull Bragantino está à procura de técnico e o favorito é outro português. Ex-auxiliar do Real Madrid, José Peseiro é cotado para assumir a equipe. O outro time da elite com o cargo vago de treinador é o Atlético-GO.

A grande presença internacional vem na esteira do sucesso de dois nomes no ano passado. O português Jorge Jesus levou o Flamengo às conquistas da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro. O vice-campeão nacional foi o Santos, então comandado pelo treinador argentino Jorge Sampaoli.

Pouco antes de ser campeão com o Flamengo, Jesus criticou a falta de receptividade de alguns colegas brasileiros ao seu trabalho e citou uma possível perseguição.

Nos últimos dez anos, 13 estrangeiros trabalharam na Série A do Brasileiro. A imigração aumentou de 2016 para cá, quando oito profissionais chegaram aos clubes do País. A grande presença internacional conviveu por outro lado com alguns fracassos.

O português Paulo Bento ficou três meses no Cruzeiro em 2016 e conquistou só 41% dos pontos disputados. Atual treinador da seleção peruana, o argentino Ricardo Gareca durou só 13 partidas no Palmeiras em 2014 e acumulou resultados ruins. No mesmo ano, o espanhol Miguel Ángel Portugal teve trabalho breve no Athletico-PR.

Houve ainda os casos de quem teve a passagem abreviada por ter recebido o convite para dirigir seleções. O São Paulo perdeu o colombiano Juan Carlos Osorio para o México, em 2015, e, no ano seguinte, viu Edgardo Bauza partir para comandar a Argentina. O colombiano Reinaldo Rueda chegou ao Flamengo em 2017, foi vice-campeão da Copa Sul-Americana e logo saiu para assumir o Chile.
 

Atlético anuncia Dudamel 

O Atlético-MG, enfim, oficializou a contratação do técnico Rafael Dudamel. Na manhã de ontem, o clube mineiro anunciou em suas redes sociais a chegada do técnico venezuelano, que assinou contrato válido até o final de 2021.

Dudamel trará quatro membros para a comissão técnica: Marcos Mathías (auxiliar técnico), Joseph Cañas (preparador físico), Rodrigo Piñón (analista de desempenho) e Jeremías Álvarez (coach motivacional). Todos trabalhavam com ele na Venezuela. Ele será o 12º estrangeiro a treinar o clube mineiro.

O técnico de 46 anos estava livre para assinar com o Atlético desde a última quinta-feira, quando deixou oficialmente o comando da seleção venezuelana. Na ocasião, ele publicou uma carta em seu perfil no Twitter explicando os motivos de sua saída, e exaltando a sua passagem de quase quatro anos pela seleção de seu país, considerando também o trabalho nas categorias de base.

O ex-goleiro da seleção nacional se destacou como técnico da equipe sub-17 da Venezuela e, em seguida, conquistou um segundo lugar histórico no Mundial Sub-20 da Coreia do Sul em 2017. Paralelamente, ele assumiu como treinador da seleção principal em 1º de abril de 2016, pouco antes da Copa América Centenário, após a renúncia de Noel Sanvicente, em meio a uma atmosfera de crise.

Será a primeira experiência internacional de Dudamel como treinador. Antes de treinar a seleção venezuelana, ele comandou o Estudiantes de Mérida, clube no qual começou a sua carreira de técnico em 2010, e o Deportivo Lara.

O Atlético estava sem técnico desde que a diretoria optou por não continuar com Vagner Mancini, que chegou em outubro para substituir Rodrigo Santana. Mancini tinha contrato até dia 31 de dezembro e já estava ciente de que não continuaria em 2020. A ideia do clube era encontrar um treinador que soubesse lidar com jovens e tivesse ideias modernas de jogo.

Dudamel foi a segunda opção do Atlético. Antes dele, a diretoria conversou com o argentino Jorge Sampaoli, mas não houve acordo. O novo treinador vai reencontrar o meio-campista Romulo Otero, que vinha sendo convocado com frequência para atuar pela seleção “Vinotinto”. 

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