Superesportes

Temporada de dor e drama

Patrocinados pelo mesmo banco, mas em fases antagônicas, Flamengo e Brasília duelam hoje no Ginásio da Asceb. Equipe da capital do país sofre com lesões, enquanto o rubro-negro lidera o NBB

Correio Braziliense
postado em 24/01/2020 04:43
universo brasília
A tarefa está cada vez mais difícil. Não bastasse a 13ª colocação no Novo Basquete Brasil, fora da zona de classificação para os playoffs, o Universo/Brasília não poderá contar com importantes atletas para encarar o líder Flamengo, hoje, às 21h10, no Ginásio da Asceb. Três dos 13 jogadores do elenco estão fora da partida. Pedro Mendonça se recupera de uma artroscopia, com previsão de volta às quadras em março, e o pivô Marcelão trata uma inflamação na região lombar. Gui Santos, destaque da temporada, sofreu uma ruptura no tendão patelar do joelho direito, no duelo contra o Rio Claro, na segunda-feira passada, e ficará fora de ação por cerca de oito meses.

Gui vinha sendo o destaque técnico do Brasília na atual temporada. Ele iniciou carreira no Bauru, em 2015, aos 18 anos. Brilhou na base e logo foi integrado ao time adulto. Estava no grupo campeão do NBB na temporada 2016/17, mas não marcou presença em quadra por conta de uma ruptura no ligamento cruzado anterior também do mesmo joelho direito. Em 2017/18, o atleta começou bem, mas sentiu a mesma lesão e passou por uma artroscopia.

O ala de 1,91m chegou ao Brasília há cerca de um ano, por um pedido do técnico André Germano, que o comandou em Bauru. Desembarcou na capital buscando mais tempo de quadra e fugir das lesões que o tiraram de ação por quase dois anos. No time brasiliense, o ala teve boas atuações em 2018/19, mas ainda brigava por uma vaga na equipe titular.

Com a saída do norte-americano Zach Graham para o Flamengo, Gui teve mais oportunidades para jogar na posição original e conseguiu a vaga no quinteto inicial. Vinha sendo o principal jogador do Brasília, superando Arthur, Nezinho e Ronald na média de pontos. O ala não atuará mais nesta edição do NBB e encerrou participação com médias de 11,7 pontos, 4,5 rebotes e 1,6 assistência por partida.

“Essa lesão abala o grupo. Os jogadores ficaram preocupados, e a gente sabe que foi grave. Teremos de consultar nossa psicóloga para agir durante esses dias antes do jogo contra o Flamengo. Precisaremos nos reinventar, não temos jogador com a mesma qualidade do Gui para repor”, pontuou o técnico Ricardo Oliveira após a derrota para o Rio Claro.

O atleta, que convive com um problema crônico no joelho, passará por cirurgia na manhã de hoje e tem previsão de retorno de seis a oito meses. “Foi uma ruptura completa do tendão patelar, região entre a patela e a tíbia, na face do joelho. Foi uma lesão traumática após um impacto natural de jogo, mas todo o peso dele foi para o tendão. Ele passou por uma operação no ligamento cruzado, que está perfeito, há três anos, não acredito que tenha influenciado”, explicou o médico da equipe, Estevam José Guimarães.

“Essa lesão abala o grupo. Os jogadores ficaram preocupados, e a gente sabe que foi grave. Teremos de consultar nossa psicóloga. Precisaremos nos reinventar, não temos jogador para repor”
Ricardo Oliveira, técnico do Brasília
 
Com tantas dificuldades, o Brasília ‘visita’ o Flamengo nesta sexta-feira. O rubro-negro lidera a competição, com 13 vitórias e duas derrotas. A equipe carioca trouxe o jogo para a capital do país por conta de uma cláusula com o patrocinador master: o Banco de Brasília (BRB). No contrato, a instituição financeira exige que o rubro-negro faça 25% dos jogos na quadra brasiliense.

No contrato de patrocínio firmado com as equipes, o BRB repassou R$ 1,5 milhão para o Brasília, enquanto o Flamengo levou R$ 2,5 milhões. Com R$ 1 milhão a menos de investimentos em comparação ao rival, o time brasiliense não consegue calcular os problemas. Com os cofres cheios, os cariocas somam sete vitórias consecutivas no NBB e lideram isoladamente a competição.

Em recentes temporadas, o confronto entre as duas equipes era considerado o de maior rivalidade no país e lotava o Ginásio Nilson Nelson – foram três finais consecutivas – de 2008 a 2010. O time brasiliense é dono de quatro títulos nacionais, enquanto o rubro-negro carioca ostenta seis taças do NBB. No entanto, com a atual diferença de orçamento, o que provoca uma evidente discrepância técnica entre os elencos, o duelo não chama a mesma atenção do público. No primeiro turno da atual edição do torneio, em 19 de outubro do ano passado, também na Asceb, o time do Rio venceu por 81 x 86. Foram vendidos 691 ingressos, gerando renda bruta de R$ 12.228. As arquibancadas receberam no total 1.281 pessoas, devido aos convites de cortesia distribuídos.

Para a partida de hoje, o Flamengo utilizará força máxima em busca de mais um triunfo. O Brasília contará apenas com 10 jogadores. A tendência é de que o técnico Ricardo Oliveira opte por rodar mais os atletas. Alguns jogadores devem ter mais minutos de quadra após as lesões de Pedro e Gui Santos. Gabrielzinho e Gui Bento estão entre os suplentes que finalmente deixarão o banco de reservas.

Após o duelo de hoje, o rubro-negro voltará à capital do país para encarar o Minas, na próxima sexta-feira. O Brasília descansará por mais tempo e receberá o Mogi em 5 de fevereiro.

* Estagiário sob supervisão de Fernando Brito


FICHA TÉCNICA

NBB - 2º turno - 13ª semana
Flamengo x Brasília 
Local: Ginásio da Asceb (904 Sul)
Horário: 21h10
Transmissão: Fox Sports
Ingressos: R$ 15 e R$ 30

ESCALAÇÕES

Universo/Brasília

Nezinho (23), Arthur (4), Rafa Moreira (9), Gui Bento (77) e Ronald (6);
Técnico: Ricardo Oliveira


Flamengo
Balbi (6), Zach Graham(32), Marquinhos(11), Olivinha (16) e Eloy Vargas (33)
Técnico: Gustavo de Conti


Classificação

Time    Ap(%)    V    D

1. Flamengo     86,7     13     2
2. Franca     73,3     11     4
3. Mogi     73,3    11     4
4. São Paulo     72,2     13    5
5. Pinheiros     64,7     11     6
6. Minas     64,7     11     6
7. Unifacisa     58,8     10     7
8. Paulistano     56,3     9     7
9. Corinthians     55,6     10     8
10. Rio Claro     44,4     8     10
11. Botafogo     41,2     7     10
12. Bauru     37,5     6     10
13. Brasília     35,3     6     11
14. Cearense     17,6     3     14
15. São José     16,7     3     15
16. Pato     11,8     2     15



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