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Geração de órfãos de Kobe Bryant

Atletas de base de Brasília lamentam a morte do ídolo do Los Angeles Lakers e contam como a mentalidade vencedora do camisa 24 os inspira a progredir em busca do sonho de profissionalização

Correio Braziliense
postado em 31/01/2020 04:16
Alexandre Castro, Vitor Galvão, Gabriel Costa e Enzo Bonfim: em comum, o objetivo de trabalhar e se tornarem atletas melhores a cada dia de treino
“Heróis vêm e vão, mas as lendas são para sempre.” É assim que a comunidade do basquete define a perda de Kobe Bean Bryant, aos 41 anos, morto em um acidente de helicóptero, no último domingo, com a filha Gianna, 13, e mais sete pessoas, nos arredores de Los Angeles. Inspirados na ‘imortalidade’ do Black Mamba, atletas de base de Brasília emulam o jogo e a mentalidade do ex-jogador e carregam a missão de manter vivo o legado deixado pelo camisa 24.

Gabriel Costa, 17 anos; Enzo Bonfim, 16; Alexandre Castro, 16; e Vitor Galvão, 13, são exemplos de revelações que atuam na Escola de Basquete AR4 e têm em Kobe Bryant a motivação para jogar. Ainda que com idades e históricos distintos, o espírito vencedor do ex-jogador do Los Angeles Lakers inspira todos os meninos da mesma forma, impulsionando-os a viverem a chamada Mamba Mentality.

“O Kobe me inspira, porque ele sempre buscou a perfeição incessantemente. Ele era dedicado, e você via nele o semblante de alguém que dava tudo pelo esporte, dentro e fora de quadra”, explica Gabriel, ala-armador da base do Cerrado Basquete. “Ele passou a mensagem de que precisamos romper nossas barreiras e limites.”

Enzo Bonfim é ala do Vizinhança e mais um exemplo de jovem jogador de basquete que vê em Kobe Bryant uma figura a se espelhar.  “Eu me inspiro muito nele. O que tento trazer para o meu jogo é a mente dele. Ele estava sempre centrado no jogo, concentrado, treinando forte. É o querer mais”, pontua.

A trajetória do Black Mamba não marcou apenas os que o viram jogar. Victor, de 13 anos, conheceu a história de Kobe Bryant por meio de reportagens e vídeos no YouTube e, assim, virou fã do atleta e o adotou como inspiração. “Ele treinou duro. Vi uma reportagem que mostrava que ele era o pior jogador quando tinha a minha idade, mas, aos 17, já era uma estrela.”

Outro que não teve contato com a carreira do ex-atleta foi Alexandre, que virou fã da lenda do basquete por meio de um documentário, lançado em 2018. “Kobe me inspira pela maneira como evoluiu no esporte. A minha admiração começou depois de um documentário sobre ele. Foi a partir daí que comecei a jogar basquete e me apaixonar cada vez mais”, conta. “Perder o Kobe foi como se eu tivesse perdido alguém da minha família. Eu torci para que fosse apenas uma fakenews. Fiquei muito triste com a confirmação.”

A Mamba Mentality, marca adotada por Kobe durante a carreira, é, como ele mesmo explicava, a busca por se tornar uma melhor versão de si mesmo a cada dia. Além de um atleta obcecado pelo basquete, Kobe buscou marcar gerações e fazer todos acreditarem que é possível alcançar os objetivos por meio do trabalho duro.

Bicampeão olímpico com a seleção norte-americana, Bryant ganhou cinco títulos da NBA com o Lakers, equipe na qual atuou durante os 20 anos como jogador profissional. O ex-jogador ainda conquistou um Oscar em 2018 pelo curta de animação Dear Basketball, baseado em um poema que ele escreveu sobre a própria história no esporte.

“O mais importante é como você inspira outras pessoas encontrarem a si mesmas. Esse é o campeonato mais importante. O que fica é como você usa sua paixão para inspirar outra pessoa a criar a própria paixão, e como ela pode passar isso para outra pessoa. Esse é o verdadeiro sucesso”
Kobe Bryant, ídolo do basquete

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