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A prova de fogo pela América

Um reformulado Corinthians promete ir ao ataque em Assunção, hoje, na estreia no torneio continental, diante do Guaraní. Em jogo marcado por protestos, Inter fica no empate com Universidad de Chile

Correio Braziliense
postado em 05/02/2020 04:26
Ontem, em Santiago, manifestantes atearam fogo às arquibancadas do Estádio Nacional e entraram em conflito com os policiais: situação política do país leva tensão ao futebolO técnico Tiago Nunes venceu a Copa do Brasil, a Sul-Americana e, a partir de hoje, iniciará a caminhada, agora pelo Corinthians, para completar a tríade de torneios mata-matas e alcançar o título da Libertadores. O time estreia na competição às 21h30, contra o Guaraní, em Assunção, no Paraguai, no jogo de ida da segunda etapa preliminar. Ontem, em um jogo tenso em Santiago, o Inter ficou no 0 x 0 com a Universidad de Chile.

O clube paraguaio não traz boas recordações ao torcedor corintiano. Em 2015, a equipe paulista foi eliminada nas oitavas de final do torneio continental com duas derrotas (2 x 0 fora e 1 x 0 em Itaquera). Daquele time comandado por Tite, ainda estão na equipe e entrarão em campo nesta noite o goleiro Cássio, o lateral-direito Fagner e o zagueiro Gil – Walter e Vagner Love também estavam no elenco, mas não atuaram.

As características do time eliminado para o de agora são bem diferentes. Tite priorizava o poder defensivo da equipe. O Corinthians vinha nos últimos anos com essa característica, de saber sofrer pressão e matar o jogo quando surgisse uma oportunidade.

A equipe atual ainda está em fase de formação, disputou somente cinco jogos oficiais na temporada. Mas desde que foi anunciado, em janeiro, Tiago Nunes faz questão de dizer que está tentando implementar o estilo de jogo que deu certo nos tempos de Athletico-PR e rendeu as duas taças: um futebol que valoriza a posse de bola e busca sempre o ataque.

No Paulistão, as novas características do Corinthians têm alternado altos e baixos. Funcionou no clássico com o Santos no último domingo, mas não deu certo na derrota para a Ponte Preta no duelo anterior, quando a equipe tomou dois gols, justamente por tentar sair tocando de lado no campo de defesa.

“O planejamento passa por dois pontos específicos. Primeiro, pela correção à nossa performance. A gente oscilou no primeiro tempo contra a Ponte, mas, em dois momentos, sofremos dois gols. Por que falo da Ponte? Porque trouxe muito material do que a gente fez para o jogo com o Santos. Lógico que jogos grandes fortalecem o espírito do time, dão mais tranquilidade. Eu tenho muita confiança de que estamos numa crescente e vamos continuar assim por muito tempo”, disse o treinador.

Tiago Nunes não definiu uma data para ter a equipe ideal. “Estamos ainda distante do ideal. O que eu quero é chegar à fase em que os atletas fazem tudo de forma natural, sem ter de pensar. É como dirigir um carro, você não pensa quando troca de marcha. A equipe é a mesma coisa, quando você ainda pensa antes de fazer é porque não automatizou, e só o número de jogos vai dar isso”, afirmou.

Para obter esse padrão, Tiago Nunes tem optado por repetir as escalações. O Corinthians não poupou atletas no Estadual, mesmo tendo como prioridade a Libertadores. O time também atua com o mesmo modelo tático: uma linha de quatro defensiva, dois volantes que sabem sair para o jogo, três meias-atacantes e um centroavante.

No clássico com o Santos, Tiago disse que conversou com o departamento médico e também com os jogadores antes de definir os titulares. “Todos falaram que estavam bem, então não tinha por que mudar, pois queremos implementar uma ideia, um entrosamento, que só se ganha jogando”, disse.

Tiago Nunes carrega números positivos em jogos de mata-mata. Pelo Athletico-PR, foram 16 duelos nesse formato, com 13 classificações. O time paranaense só foi eliminado diante do Rio Branco-PR (Estadual de 2018), River Plate (Recopa de 2019) e Boca Juniors (Libertadores de 2019).


Jogo tenso no Estádio Nacional
O resultado poderia ter sido melhor pelas circunstâncias do jogo, mas o Internacional volta com um empate de Santiago. Apesar de atuar com um jogador a mais desde os 19 minutos do segundo tempo e criar boas oportunidades, o time do técnico Eduardo Coudet ficou no 0 x 0 com a Universidad de Chile, no Estádio Nacional, ontem, na partida de ida do mata-mata. O clima de tensão devido à volta dos protestos na capital chilena gerou incidentes durante o jogo. Fora da arena, pessoas com máscaras arremessaram pedras e outros objetos contra um blindado da polícia. Dentro do estádio, protestos com faixas contra o presidente Sebastián Piñera e, quase no fim do duelo, torcedores atiraram cadeiras e pedaços de madeira nos policiais no campo. Um manifestante chegou a invadir a pista de atletismo. Agora, o colorado terá de vencer no Beira-Rio para se classificar no tempo normal. O jogo será na próxima terça-feira, às 19h15. 
 
 

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